Super Bowl 50: preparem-se para o choque de gerações! - TVI

Super Bowl 50: preparem-se para o choque de gerações!

  • 5 fev 2016, 10:14

Cam Newton (Carolina Panthers) e Peyton Manning (Denver Broncos) têm a maior diferença de idades entre quarterbacks na história da final.

* Por Rui Pedro Silva

Quando Peyton Manning se estreou, a 6 de setembro de 1998, Cam Newton não passava de um rapaz de oito anos nascido na Geórgia. Agora, praticamente 18 anos depois, os dois vão fazer história na Super Bowl 50. A diferença de 13 anos entre os dois é a maior de sempre na história da final da NFL. Mas, mais do que a idade, é o simbolismo que os separa.

 

Peyton Manning está a menos de dois meses de fazer 40 anos e dificilmente voltará a estar presente nos grandes palcos. Vencedor da Super Bowl em fevereiro de 2007, sempre foi considerado um dos melhores da sua geração. E não é uma geração qualquer, tendo partilhado relvados com nomes como Brett Favre, Tom Brady, o irmão Eli Manning, Ben Roethlisberger e Drew Brees.

 

Mas a passagem de testemunho está a ser feita e Cam Newton assume-se como a grande figura da nova era. Primeira escolha no draft em 2011, atingiu os playoffs pela terceira época consecutiva e garantiu, finalmente, a ida à Super Bowl. Com um estilo oposto, mais atlético e menos baseado no passe, promete ser a principal figura de uma fornada que também já tem Andrew Luck.

 

Newton e Manning estão em momentos distintos. Um luta para escrever o primeiro capítulo de uma carreira que se quer recheada, o outro sofre para garantir que fecha com a chave de ouro. O passado dá razão ao mais velho dos irmãos Manning. Dispensado dos Indianapolis Colts para abrir espaço para Andrew Luck, Peyton recuperou de uma operação ao pescoço e ganhou uma nova vida em Denver com os Broncos. Há dois anos, regressou à Super Bowl mas saiu vergado pelos Seattle Seahawks (8-43). Este ano quer que seja diferente.

 

Não foi uma época fácil para o experiente quarterback. Os problemas físicos foram uma constante e foi obrigado a falhar seis jogos, decisivos, em que Brock Osweiler não desiludiu e ajudou a assegurar o melhor registo da conferência AFC para a equipa do Colorado.

 

Mas depois, quando a margem de manobra desapareceu, foi Manning a entrar em ação. Se o triunfo sobre os Pittsburgh Steelers era esperado, a vitória contra os Patriots de Tom Brady na final da AFC teve o condão de passar uma mensagem: Peyton Manning quer mesmo tornar-se o quarterback mais velho a ganhar a Super Bowl, batendo o recorde do diretor-geral da sua equipa, John Elway (ganhou com 38).

 

Geração de 2011

 

Outro duelo que está a criar muita expetativa é entre Cam Newton e Von Miller, outsider linebacker dos Denver Broncos. Mais não seja porque a história começou a escrever-se no draft de 2011, quando o quarterback foi a primeira escolha do evento e Miller surgiu logo a seguir.

 

É um facto histórico: nunca os dois primeiros jogadores de um draft estiveram frente a frente numa Super Bowl. Até agora. Mas por muito que a imprensa norte-americana esteja a alimentar o momento, Von Miller desvaloriza qualquer ideia de rivalidade. «Se fosse quarterback, ainda percebia, mas não sou. E gosto do Cam Newton, é um dos meus quarterbacks favoritos, a seguir ao Peyton, claro.»

 

«Não é uma questão de ser o primeiro contra o segundo, como se está a querer fazer. Ele é um grande quarterback. E nós vamos ter uma grande oportunidade», continuou.

 

As melhores finais da história

 

Choque de histórias

 

Carolina Panthers e Denver Broncos chegam à final de São Francisco depois de terem terminado a fase regular com os melhores registos da fase regular nas respetivas conferências. Com a vantagem de jogar em casa nas duas rondas anteriores, não vacilaram e garantiram a presença na final.

 

Essa é a única coisa que têm em comum. O resto, o que os separa, é muito maior. Os Panthers estão na Super Bowl apenas pela segunda vez, depois de terem perdido para os New England Patriots em 2003. No caso dos Denver Broncos, as experiências também são mais negativas do que positivas. Esta será a oitava presença na final – iguala o recorde de New England Patriots, Pittsburgh Steelers e Dallas Cowboys – mas só têm dois títulos. As cinco derrotas (1977, 1986, 1987, 1989 e 2013) são um máximo que ninguém quer deter mas que lhes pertence.

 

A cidade que vencer deverá registar o tradicional crescimento estatístico de nascimentos dentro de nove meses. Precisamente por causa disso, a NFL juntou-se a Seal para criar uma versão especial de uma música com coros formados pelos chamados Super Bowl Babies.

 

É melhor ainda com legendas

 

Uma questão de números

 

É a Super Bowl, não há como falar deles. E quando se trata de uma edição redonda, a abordagem ganha outra dimensão. Neste caso, abriu-se uma exceção e a numeração romana foi esquecida. Para demonstrar o caráter especial do evento, aquela que muitos pensariam ser a Super Bowl L, mantendo a lógica de sempre, será na verdade a Super Bowl 50. Para o ano, porém, tudo voltará a ser como antes, com a Super Bowl LI.

 

Os números são curiosos mas não fazem movimentar milhões como os outros. O evento será transmitido para 180 países e são esperados mais de 160 milhões de espetadores. Entre publicidade, patrocínios e bilhetes vendidos, a previsão aponta para um lucro de 620 milhões de dólares. Muito? Saber que um anúncio de trinta segundos durante o intervalo custa cinco milhões ao anunciante e que foram vendidos 50 no total pode ajudar a perceber o panorama.

 

Os bilhetes também bateram novos recordes. A média de preços superou os 6000 dólares e bateu em larga margem os valores da edição do ano passado (cerca de 4100). E se por acaso sentir o chamamento para fazer parte da história, ainda é possível comprar bilhetes sem ser no mercado negro. Nas últimas horas de quinta-feira, o preço mais baixo situava-se nos 2940 dólares. Com um pormenor: era preciso comprar dois. Se quiser mesmo ir sozinho, é obrigado a pagar um pouco mais: 3050 dólares.

 

E o intervalo?

 

Mesmo quem não gosta de futebol americano é capaz de sentir um carinho especial pela Super Bowl, seja pela criatividade dos anúncios ou pelos habituais e surpreendentes espetáculos ao intervalo. Desta vez, a honra principal foi atribuída a Beyoncé, juntamente com os Coldplay. Se for fã, pode valer a pena, uma vez que cresce o rumor nos EUA de que a cantora poderá cantar um novo tema durante o intervalo. Bruno Mars também terá uma participação.

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