Escutas: PT tem «condições» para decidir sobre gestores - TVI

Escutas: PT tem «condições» para decidir sobre gestores

Questionado sobre o alegado plano para controlar os media, e o envolvimento dos administradores, ministro das Obras Públicas recorda que a PT tem «órgãos de governo próprios»

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O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações afirmou esta quarta-feira que a PT reúne «todas as condições» para tomar decisões sobre o caso dos dois administradores alegadamente envolvidos num plano para controlar a comunicação social.

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«A Portugal Telecom (PT) reúne todas as condições para, através dos seus órgãos de governo próprio, dar resposta às questões que o senhor deputado colocou», afirmou António Mendonça no Parlamento, durante uma audição sobre o Orçamento do Estado, escreve a agência Lusa.

O ministro respondeu assim ao deputado do PSD Jorge Costa, que apontou o facto de, durante a sua intervenção, António Mendonça não ter dito «uma única palavra» sobre o caso dos dois administradores da PT alegadamente envolvidos num plano para controlar os órgãos de comunicação social.

«A PT é uma das maiores empresas do país. Tem os seus órgãos próprios de governo», afirmou António Mendonça, acrescentando que as decisões são tomadas por esses órgãos.

O ministro disse ainda que «o Estado não nomeia representantes na administração da PT» e que «não há quaisquer representantes do Governo no conselho de administração» da empresa.

António Mendonça afirmou, contudo, que o facto de o Estado ter uma golden share (direitos especiais) permite que «se possa opor a um terço dos membros do conselho de administração ou ao próprio chairman».

O ministro sublinhou ainda que o «Governo não teve qualquer intervenção em fantiosos planos de domínio da TVI».

O semanário «Sol» tem vindo a transcrever extratos do despacho do juiz de Aveiro responsável pelo caso Face Oculta em que este considera haver «indícios muito fortes da existência de um plano», envolvendo o primeiro ministro, José Sócrates, para controlar a estação de televisão TVI e afastar a jornalista Manuela Moura Guedes e o diretor geral José Eduardo Moniz.

Do despacho constam transcrições de escutas telefónicas envolvendo Armando Vara, então administrador do BCP, Paulo Penedos, assessor da PT, e Rui Pedro Soares e Fernando Soares Carneiro, administradores da PT.

O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção relacionados com empresas privadas e do sector empresarial do Estado.
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