Mais de 150 mil euros encontrados em duas gavetas levam Novo Banco a abrir auditoria à venda dos créditos de empresa de Luís Filipe Vieira - TVI

Mais de 150 mil euros encontrados em duas gavetas levam Novo Banco a abrir auditoria à venda dos créditos de empresa de Luís Filipe Vieira

  • Nuno Guedes
  • Henrique Machado
  • 12 jan 2022, 21:30

Montante levanta "fundadas suspeitas da proveniência ilícita", de acordo com o auto de busca e apreensão a que a TVI/CNN Portugal teve acesso

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O Novo Banco abriu uma investigação interna à venda dos créditos da Imosteps, uma das empresas do universo de Luís Filipe Vieira, logo a seguir às buscas do Ministério Público, realizadas em julho.

A causa imediata da auditoria, confirmada numa carta pelo presidente executivo do banco, foi a deteção, durante as buscas, de cerca de 150 mil euros em notas nas gavetas de um funcionário.

O referido funcionário, como refere o auto de busca e apreensão a que a TVI/CNN Portugal tiveram acesso, era diretor adjunto do Departamento de Seguimento e Acompanhamento de Empresas e manteve "relacionamento com os suspeitos" envolvidos na Operação Cartão Vermelho "no acesso à informação e procedimento de venda dos créditos da Imosteps" que deram milhões de euros de prejuízo ao Novo Banco.

Quase 5 mil notas em duas gavetas

As buscas encontraram no posto de trabalho desse responsável um módulo de três gavetas fechadas com uma chave que só o próprio tinha juntamente com a chave do carro. Dentro de duas dessas gavetas encontravam-se, segundo o Ministério Público, perto de 157 mil euros divididos em 4.781 notas de euros (de diferentes valores) e 190 notas de 100 dólares.

O auto de busca e apreensão refere que as "circunstâncias" em que o dinheiro foi encontrado e o seu elevado montante levantam "fundadas suspeitas da proveniência ilícita".

Cinco dias depois da busca, a 12 de julho, o presidente do Novo Banco escreveu ao procurador Rosário Teixeira a dar informações complementares onde explica que por causa das buscas e dessa apreensão decidiram suspender o colaborador a quem foram apreendidas as notas.

Em paralelo, na mesma carta, António Ramalho acrescenta que o banco "determinou de imediato a realização de investigações pelo Departamento de Auditoria Interna para investigar, quer as condutas de alguns dos intervenientes, quer o próprio processo de venda dos créditos da Imosteps".

A TVI/CNN Portugal também apurou que na sequência das buscas o Novo Banco abriu um processo disciplinar que acabou com o despedimento do diretor adjunto que tinha a chave de acesso às gavetas com notas. A investigação ao processo de venda dos créditos da Imosteps estará concluída em breve.

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