Colégios privados: "se as escolas funcionam, não vejo por que se há de mexer" - TVI

Colégios privados: "se as escolas funcionam, não vejo por que se há de mexer"

    Manuela Ferreira Leite

Comentadora da TVI admitiu desconhecer as razões do Governo para querer rever os contratos de associação dos colégios privados e cooperativos e ainda afirmou que as possíveis sanções de Bruxelas a Portugal "não têm sentido"

Manuela Ferreira Leite admitiu esta quinta-feira, na "21.ª Hora", não compreender as razoes por detrás da intenção do Governo de rever os contratos de associação com os colégios privados e cooperativos. Para a ex-ministra das Finanças, mexer em algo que funciona bem é “provavelmente” sinal de “falta de sensatez” do ministro.

Não consigo perceber porquê este é um problema… Se elas [as escolas privadas] estão a funcionar bem, se são procuradas pelas famílias, se respondem aos resultados que se esperam, não vejo por que se há de mexer”.

A comentadora da TVI explicou ainda o modo de funcionamento dos contratos de associação. O financiamento “é feito de acordo com o número de alunos, em resultado daquilo que é o padrão, o custo médio de uma turma com 20 alunos, esse custo médio tanto é no público como no privado”.

Se [o Governo] fechar essa escola que tem o contrato de associação, vai ter de gastar o mesmo dinheiro, em media, com os alunos que vai receber na escola pública”, esclareceu.

A discussão está acesa entre o Ministério da Educação, os colégios privados e os partidos, em particular o PSD depois de Passos Coelho dirigir duras críticas à posição adotada pela tutela. O líder dos sociais-democratas acusou o Governo e pensar “em interesses corporativos e não nos estudantes”.

Ainda sobre a polémica dos colégios particulares, Ferreira Leite questiona os motivos pode detrás desta intenção demonstrada pelo Ministro da Educação.

Está a pôr em causa que os concursos foram mal feitos? Está a pôr em causa que os cálculos dos gastos estão errados?”

Tiago Brandão Rodrigues garantiu que o “só” defende o interesse público, mas a Ministra da Presidência considera que “todo o Governo foi atacado” quando Passos falou em interesses privados.

Escapa-me completamente porquê é que o ministro, estando aqui uma escola que está a funcionar bem, porque se não tiverem bem os pais pegam nos meninos e põem-nos noutro lado qualquer, foi arranjar este problema com que objetivo? Só pela falta de sensatez, provavelmente”, concluiu a ex-ministra das Finanças.

Outro assunto alvo de análise foi as possíveis sanções de Bruxelas a Portugal por causa do défice orçamental de 2015 e caso não sejam feitos esforços suficientes para cumprir o défice deste ano.

Quando se entra neste tipo de discussão, que é irracional, só pode descredibilizar e desprestigiar a instituição que fala sobre o assunto”

A comentadora da TVI disse que tal possibilidade “não tem o mínimo dos sentidos” uma vez que foi a Comissão Europeia que definiu o programa de ajustamento português e ainda elogiou a sua execução.

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