Manuela Ferreira Leite aproveitou o último espaço de comentário desde ano, esta quinta-feira na “21.ª Hora”, da TVI24, para fazer um balanço de 2016. A comentadora destacou a vitória de Trump e a crise dos refugiados, mas também questões nacionais como o Governo das esquerdas.
Para a comentadora, este ano fica marcado pelo facto de "termos tido um Governo que surgiu de forma inédita", que "perdeu as eleições mas ganhou o Parlamento". Ferreira Leite destacou o facto de o PS se ter unido a partidos "sem vocação de Governo".
Com uma habilidade política que não podemos negar, António Costa conseguiu arranjar uma solução que tem funcionado", afirmou. "O que poderá acontecer é que no futuro o Partido Socialista ou conquiste uma maioria absoluta ou precise apenas de um aliado".
Admitindo, por isso, uma vitória do PS nas próximas eleições legislativas, a ex-Ministra das Finanças sublinhou que isso permitirá aos socialistas "fazer outro tipo de alianças".
Manuela Ferreira Leite comentou ainda a questão europeia e o problema "seríssimo" dos refugiados, com que se depara agora António Guterres enquanto próximo secretário-geral da ONU.
A comentadora da TVI comparou a instabilidade do panorama atual com a Guerra Fria e admitiu que a vitória de Trump nas eleições norte-americanas é é "elemento de imprevisibilidade tremendo" para 2017.
No dia em que o Presidente da República convidou Passos Coelho para um almoço em Belém, Ferreira Leite não deixou ainda de comentar a relação entre Marcelo Rebelo de Sousa e o líder da oposição.
A comentadora diz que o objetivo do Presidente é a "estabilidade política" e comparou mesmo esta questão à relação de Cavaco Silva com o líder da oposição na altura.
Questionada sobre o facto de, neste caso, Presidente e líder da oposição serem do mesmo partido, Manuela Ferreira Leite frisou que essa é uma diferença significativa "em termos de protagonistas" mas não em "termos políticos".
É a oposição que está contra o Presidente da República", sublinhou, acrescentando que o mesmo "acontecia antes também".
Para Ferreira Leite o PSD de Marcelo Rebelo de Sousa e de Passos Coelho é o mesmo em termos formais, mas talvez não "em termos de conteúdo".