Manuela Ferreira Leite defendeu esta quarta-feira, na 21.ª hora, que a "operação Stop" para cobrar dívidas ao Fisco, que decorreu na terça-feira, em Valongo, mostra a “falta de respeito pelos contribuintes". Para a comentadora da TVI, este é o "retrato fiel da administração fiscal", que parece estar impune a decisões dos tribunais ,“trata os contribuintes com a maior das desonestidades e cria verdadeiras histórias de terror”.
Demorei a assimilar o conceito e a primeira coisa que pensei é que estava perante uma cena de apanhados", começou por dizer a ex-ministra da Finanças, acrescentando que, esta "operação Stop" revelou que a Autoridade Tributária está "sem rei nem roque" e a tornar-se num “inimigo do cidadão”.
O episódio, que não foi uma estreia, revela, para Manuela Ferreira Leite, que o Fisco está apenas interessado em coletar a receitas e que tem emitido “coimas e multas completamente desproporcionadas aos delitos e disparadas quase de forma automática sem hipótese de defesa”.
Para a comentadora da TVI, o mais grave parece ser este cruzamento de dados entre as matrículas e a situação fiscal dos contribuintes, que necessita de seguir regras. Para além disto, o desconhecimento aparente das operações da GNR, que implicaram que o Secretário de Estado afirmasse que iria abrir um inquérito, é também um ponto relevante.
Se ninguém sabia de nada é de uma gravidade espantosa. Não saber de nada é muito pior do que saber. Significa que isto está sem rei nem roque".
Manuela Ferreira Leite disse ainda que estes procedimentos serviram apenas para que o Fisco pudesse atingir as metas de colecta estabelecidas pelo ministro das Finanças e que “está em risco de se tornar numa instituição de terror”, até porque já foi proposta a ideia de o Fisco poder ter uma ação policial.
Esta é uma questão de gravidade extrema, porque estamos completamente indefesos”, garantiu a ex-ministra das Finanças, acrescentando que esta parece ter sido uma medida para "perseguir uma classe média que pode não ter dinheiro naquele momento”.