«4x4x3»: a profundidade do clássico - TVI

«4x4x3»: a profundidade do clássico

4x4x3

O duelo do Dragão em análise por antecipação

«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.

No quarto duelo da época entre FC Porto e Sporting, agendado para esta sexta-feira, será interessante medir a capacidade para explorar a profundidade no ataque, tendo em conta algumas condicionantes de ambos os lados.

Desde logo a (presumível) ausência de Gelson Martins do lado leonino, que deixa Jorge Jesus privado da sua figura mais acutilante, o jogador que mais vezes «fura» as defesas, que melhor explora o espaço.

Tirando o “menino” Rafael Leão, promovido recentemente, o treinador do Sporting não tem mais nenhum jogador de perfil idêntico (tem Podence, mas está lesionado). Se a escolha recair em Bruno César, Bryan Ruiz, Rúben Ribeiro ou mesmo Bruno Fernandes, Jesus sabe que terá um registo diferente. Para outro equilíbrio, mais peso na zona central e até maior capacidade para gerir a posse de bola. Mas menor verticalidade.

Esta circunstância favoreceria a identidade habitual do FC Porto, que gosta de exercer pressão em zonas adiantadas no terreno, subindo as suas linhas. 

Mas também na equipa anfitriã é preciso ter em conta as condicionantes na frente de ataque. Que podem ter repercussões tanto nessa agressividade que é aplicada logo no início do processo defensivo, como na tal profundidade ofensiva, sabendo-se que as dificuldades de Coates e Mathieu são proporcionais ao espaço que os afasta de Rui Patrício.

Se a indisponibilidade de Tiquinho Soares não for compensada com o regresso de Aboubakar, Sérgio Conceição conta Waris ou Gonçalo Paciência para manter o 4x4x2. Com o ganês terá maior mobilidade e capacidade para sair em velocidade para a baliza contrária. Gonçalo também aperfeiçoou esses traços em Setúbal, mas representa sobretudo uma alternativa para segurar a bola na frente, para maior presença na área.

Mas tudo isto se o técnico portista não decidir apostar no 4x3x3, com Marega solto na frente e mais uma unidade na zona intermédia. Uma opção que eventualmente fosse ao encontro da estratégia leonina, mas correndo o risco de tirar ímpeto a uma equipa que gosta de entrar logo a acelerar.  

[artigo atualizado]

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