"Não percebo como é que vai haver concertos para duas mil e tal pessoas e não pode haver uma tourada" - TVI

"Não percebo como é que vai haver concertos para duas mil e tal pessoas e não pode haver uma tourada"

    Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares considerou, esta segunda-feira no Jornal das 8, da TVI, que existe uma "incoerência enorme" nas medidas de desconfinamento, dando o exemplo das touradas e dos concertos. O comentador falou ainda sobre a proposta de lei do PS que pretende dificultar a atribuição da nacionalidade portuguesa aos descendentes de judeus sefarditas expulsos da Península Ibérica no final do século XV

Miguel Sousa Tavares considerou, esta segunda-feira no Jornal das 8, da TVI, que existe uma "incoerência enorme" nas medidas de desconfinamento, dando o exemplo das touradas e dos concertos. 

Eu não percebo como é que hoje e amanhã vai haver um concerto para duas mil e tal pessoas e não pode haver uma tourada, é um espetáculo igual. Mantendo as distâncias, pode haver um concerto e não pode haver uma espetáculo que é uma tourada que se passa na arena".

Na ótica do comentador só há uma justificação: "é uma perseguição às touradas"

O aeroporto de Faro recebeu ontem o primeiro voo com turistas do Luxemburgo e prepara-se para receber na terça-feira à noite um avião da companhia aérea Ryanair, vindo de Londres. À semelhança dos outros aeroportos do país, são várias as medidas de segurança implementadas, incluindo um sistema de câmaras que mede a temperatura dos passageiros e que parece não incomodar quem chega para visitar a região.

O comentador referiu que António Costa deu um "ralhete" à TAP por retomar as ligações no mês de julho, mas, aparentemente, as regras não são iguais para todos e questionou: "O que está proibido para a TAP, não está probido para elas [restantes companhia aéreas]? Não faz nenhum sentido".

Criticou ainda as medidas de segurança, como a falta de testes à Covid-19 aos estrangeiros que aterram em Portugal, e lembrou que o vírus não veio por terra, nem por mar, mas sim "da China por aviões"

Passam por um medidor de temperatura e depois? Se tiverem temperatura a mais, o que é que lhes acontece? Em Lisboa parece que lhes dão um folheto, nos Açores iam presos durante 14 dias, aqui [no Algarve] parece que não há nada".

Polémica judeus: "Eu acho que para ser português, não basta querer para sê-lo"

Uma iniciativa dos deputados socialistas está a dividir o próprio partido. Em plena pandemia a proposta de lei pretende dificultar a atribuição da nacionalidade portuguesa aos descendentes de judeus sefarditas expulsos da Península Ibérica no final do século XV. 

Os autores da iniciativa dizem que a nacionalidade portuguesa corre o risco de se transformar num negócio. Do outro lado estão os que defendem que a lei se limitou a fazer "justiça histórica" aos judeus, sem exigir o seu regresso a Portugal.

Esther Mucznik, da Comunidade Israelita de Lisboa e que integra a Comissão de Análise das Candidaturas em Lisboa, entende que a atribuição de nacionalidade portuguesa serve como forma destas pessoas "homenagearem o seus antepassados".

Os judeus ibéricos foram felizes em Portugal durante muito tempo, é um facto, e estavam cá muito antes de Portugal ser Portugal", considerou.

Miguel Sousa Tavares discorda redondamente desta visão dizendo que aquilo que os judeus ibéricos querem é ter a "a nacionalidade deles, a portuguesa e por acréscimo a europeia. É um negócio".

Se nós vasculharmos nos nossos antepassados, nos últimos cinco séculos, vamos encontrar de certeza alguém que foi expulso de algum país".

 

Eu sou contra isto por duas razões. Primeiro porque acho que isto é uma porta aberta para ajustar contas com o passado, e eu sou contra isso. (...) Segunda coisa, eu sou a favor de uma coisa que se chama identidade nacional. Por mais que a gente precise de crianças, por mais que se precise de sustentar a segurança social, eu acho que para ser português, não basta querer para sê-lo". 

O comentador entende que alguns dos requesitos deveriam ser saber falar português, saber de Portugal e viver no país um mínimo de tempo.

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