“Acho que foi coerente com os seus argumentos. Para mim não constitui surpresa embora não deixe de me impressionar porque implica muita segurança em si próprio, coragem e dignidade.”
O comentador da TVI24 afirmou que compreende a atitude de distanciamento de todos os partidos em relação ao caso, incluindo a do PS, sublinhando que esse foi um desejo expresso por José Sócrates logo depois de ter sido detido, em novembro do ano passado.
“Compreendo a atitude de todos os partidos políticos, que é de relativo distanciamento. No PS isto corresponde também a um desejo expresso formulado por José Sócrates, que pediu aos camaradas que distinguissem claramente o assunto. Não me parece que compita ao PS a defesa de José Sócrates.”
Mais, para Augusto Santos Silva o importante é que a acusação seja conhecida o mais brevemente possível, independentemente de isso coincidir ou não com o período de campanha eleitoral.
"O que há de mais impressionante neste caso é estarmos há mais de seis meses com um ex-primeiro-ministro detido sem saber a acusação. Quanto mais depressa conhecermos a acusação melhor. É melhor para a credibilidade do sistema de justiça, é melhor para o arguido.”
O socialista admitiu, contudo, que o caso tem “contornos políticos”, no sentido de que se trata de um ex-primeiro-ministro “indiciado por crimes que alegadamente cometeu durante as suas funções públicas”.
“É um caso que, se for mal conduzido, atinge o sistema político democrático.”