São revelados emails comprometedores pelo Porto Canal (leia-se comunicação do FCP). A personagem principal do primeiro episódio da novela é Pedro Guerra. O Benfica foge ao problema e reduz o assunto a um colaborador. Pedro Guerra assume o sacrifício e dá o corpo aos emails.
A outra resposta do Benfica é a ameaça de um processo-crime. Pouca imaginação.
Mas a comunicação do clube da Luz não para de surpreender e socorre-se de outra máxima, sempre à mão nestas confusões. Os emails foram “deturpados e manipulados”. A mesma cartilha. A mesma expressão utilizada dias antes pelo Sporting, a propósito da divulgação das palavras de Bruno de Carvalho ao pequeno-almoço.
Depois é emitido o segundo episódio da novela do Porto Canal e os encarnados esclarecem os seus adeptos e a opinião pública: “Desespero do FC Porto”.
Quando o incansável Pedro Guerra não se lembra de ter enviado emails a uma pessoa “que mal conhece” e quando o Benfica é incapaz de desmentir (ou explicar) o motivo que leva colaboradores seus (entre eles o assessor jurídico de Luís Filipe Vieira) a trocarem emails com pessoas ligadas à arbitragem, mais parece um convite a rever outra novela. Essa mesmo, o Apito Dourado. Uma novela com pouca audiência no Porto Canal mas que liderou as preferências dos benfiquistas (e de alguns sportinguistas) nas televisões, foi top de visualizações no Youtube e moda nas redes sociais da época.
A propósito dessa novela é engraçado ver agora muitos adeptos e comentadores afetos ao FC Porto lerem e interpretarem com celeridade sinais que nunca perceberam nas gravações do Apito Dourado (há umas quantas exceções, felizmente).
Do lado do Benfica o mundo virou do avesso. Atrás de cada email há agora uma cabala, há perseguição aos vencedores, há desespero dos adversários, manobras para esconder crises financeiras e de resultados. Mudou a cor mas a cartilha é a mesma.
Razão tiveram os Leões quando tentaram montar uma armadilha o árbitro José Cardinal, o apelido de uma das mais prestigiadas famílias circenses. A ideia desse vice-presidente resume a questão. Ao fim de uns meses no dirigismo ele pôs circo e futebol no mesmo saco.
E com alguma razão. O futebol está um circo. Cheio de palhaços, de focas amestradas, de ilusionistas, de mágicos e de malabaristas.
PS – Época 2013/14? Vão ver que ainda vai sobrar para o Jorge Jesus!