Ferreira Leite lembra que banca pública tem de servir política económica - TVI

Ferreira Leite lembra que banca pública tem de servir política económica

    Manuela Ferreira Leite
  • 4 mai 2017, 23:58

Além dos projetos de interesse para qualquer Governo, a antiga ministra acha que a Caixa Geral de Depósitos tem de assumir o serviço público, servindo localmente populações

Almeida e os protestos da população da vila beirã contra o encerramento da agência da Caixa Geral de Depósitos motivaram reflexões de Manuela Ferreira Leite, na 21.ª Hora da TVI24. Aí, a antiga ministra das Finanças - responsável enquanto tal, em 2003, pela indicação de Paulo Macedo, o atual presidente executivo do banco público, para diretor da máquina fiscal - considerou que os objetivos comerciais não podem ser o único fator a respeitar.

Num banco público e mesmo que o não fosse, se existe um elemento de serviço público, este deve ser desempenhado", realçou Ferreira Leite, lembrando que a fidelidade de muitos portugueses à Caixa Geral de Depósitos ultrapassou também as dificuldades dos anos de crise.

Para a antiga ministra, há também que contar com a falta de "literacia" de muita população, que não pode ser esquecida.

Pode-se ter prejuízo desde que o serviço seja essencial para as populações", sustentou a comentadora, alvitrando que poderão ser encontradas "formas de reduzir prejuízos, pondo menos funcionários, menos horas de funcionamento" nas agências.

A antiga ministra lembrou ainda que a "banca pública tem a função de financiamento de projetos de interesse da política económica de qualquer Governo", uma questão que sempre foi realçada, quando se ouvem vozes receosas de que o poder da banca caia exclusivamente em mãos estrangeiras.

Dívida: negociações vão estar sobre a mesa

Confrontada com o projeto elaborado entre PS e Bloco de Esquerda apontando lçinhas para a reestruturação da dívida pública, Manuela Ferreira Leite lembrou o que ficou conhecido como "o manifesto dos 74", subscrito por si, em 2014, que foi tratado pelo Governo da altura "como um escândalo".

Já aí se apontava a necessidade de renegociar as dívidas dos países, numa negociação que tem de ser feita com as instâncias europeias e que a antiga ministra antevê estar para breve.

Evidentemente, não é o não pagamos. É para pagar. Mas passa por alargamento de prazos, redução de taxas de juro", salientou Manuela Ferreira Leite, considerando que as recentes notícias de entendimento com a Grécia perspetivam a abertura de futuras negociações com outras economias devedoras.   

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