As minhas notas nos sapatinhos dos treinadores da Liga - TVI

As minhas notas nos sapatinhos dos treinadores da Liga

Chuteiras Pretas

«Chuteiras Pretas»

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«CHUTEIRAS PRETAS» é um espaço de Opinião do jornalista Pedro Jorge da Cunha. Um olhar assumidamente ingénuo sobre o fenómeno do futebol. Às segundas-feiras, de quinze em quinze dias. Pode seguir o autor no Twitter. Calce as «CHUTEIRAS PRETAS».

É Natal, é Natal, o mundo é maravilhoso e as rabanadas que não acabem nunca.

O CHUTEIRAS PRETAS despede-se de 2019, faz os desejos humanitários para 2020 e deixa no sapatinho de cada um dos treinadores da Liga uma nota. Breve, pequenina, mas que muito jeito lhes dará para o Ano Novo, não fossem eles leitores obcecados por este espaço de Opinião. Juízo, meus senhores.

Vamos às prendinhas, avaliadas numa escala de zero a dez.

Bruno Lage: Vai à frente, continua em estado de graça, mas o Benfica passou largos meses a jogar muito menos do que na época passada. E a ganhar sem saber bem como. 6/10

Sérgio Conceição: Falhou o acesso à Champions e está a quatro pontos do líder na Liga. Venceu e convenceu na Luz, mas a questão é ‘onde está o FC Porto que amassava defesas’? 6/10

João Pedro Sousa: Há sinais de quebra e quatro jogos sem vitórias na Liga, mas o que fez até ao início de novembro com o Famalicão foi notável. Histórico, até. 9/10

Silas: A expressão «cemitério de treinadores» tem feito sentido em Alvalade. Chegou no fim de setembro, melhorou o rendimento da equipa, mas perdeu já três jogos. Mais dúvidas do que certezas. 5/10

Ivo Vieira: Futebol de qualidade, tanto nas provas nacionais como na Liga Europa. Não fosse a derrota em casa contra o vizinho Sp. Braga e a nota seria mais alta. Pode subir no final da época. 8/10

Sá Pinto: A derrota nas Aves interrompeu o melhor ciclo de resultados do Sp. Braga. E baixou a nota ao seu treinador. Fantástico na UEFA, instável a nível nacional. 6/10

Natxo Gonzalez: Se o Tondela fosse tão competitivo em casa como é a jogar fora, o treinador espanhol seria por esta altura a grande revelação da Liga. Assim fica-se por um sólido 7/10.

Lito Vidigal: A melhor época do Boavista desde o regresso à I Liga tem duas caras. Os resultados são bons, mas a proposta de jogo do seu treinador é muito discutível. A rever. 6/10

Carlos Carvalhal: As lesões têm sido as maiores inimigas do futebol idealizado pelo treinador do Rio Ave. Há qualidade e futebol para estar mais acima na tabela. 7/10

Vítor Oliveira: Um treinador batido, com currículo rico e capaz de transformar o principal candidato à descida numa equipa do meio da tabela. O que faria num clube com outras aspirações? 8/10

Julio Velazquez: Chegou ao Bonfim, mudou radicalmente o estilo da equipa, caiu das taças e fez quatro pontos em dois jogos no campeonato. O Vitória passou a ter uma ideia positiva de jogo. Tem de ganhar mais vezes. 5/10

Pedro Ribeiro: Até ao jogo contra o FC Porto, este Belenenses pareceu-me sempre limitado, até frágil. Fez do clássico com os dragões uma prova de vida. Postura atrevida e interessante. Cinco vitórias, cinco derrotas e um empate. É um óbvio 5/10 com tendência para subir.    

Vítor Campelos: Competitivo em Moreira de Cónegos, mais limitado a jogar como visitante. Bons sinais em Alvalade, a mostrarem organização e razoável qualidade. 5/10

João Henriques: Já não ganha para o campeonato há mais de dois meses. O bom Santa Clara da época passada tem condições para fazer mais. Tem a palavra o seu (bom) treinador. 5/10

José Gomes: Dois jogos realizados. Foi goleado na Luz – uma tradição maritimista – e agarrou um ponto no limite contra o Santa Clara. É um 4/10 a exigir testemunhos abonatórios.

António Folha: Pelas expetativas criadas, o Portimonense é para mim a maior desilusão da época. Há plantel e intenções de jogo para mais, muito mais. 3/10 para espicaçar os algarvios.

Pepa: Ainda não agarrou a equipa, ainda não fez do Paços o coletivo estável e organizado que montou em Tondela. Tem tempo e confiança da direção para melhorar, mas a derrota contra o V. Setúbal foi feia. 4/10

Nuno Manta: Saltou de um Marítimo (levaria 3/10 por esse trabalho) desinteressantíssimo para um Desp. Aves a agonizar com a lanterna vermelha. A vitória sobre o Sp. Braga dá-lhe o benefício da dúvida. 5/10

PS1: não me quero pronunciar sobre processos entregues à justiça desportiva, por ora, mas apenas assinalar a inaceitável demora que pende sobre todos eles. Justiça lenta, justiça menos justa.

O denominado caso dos «Emails» decorre em inquérito disciplinar desde junho de 2017 (em janeiro de 2018 o processo dos «Vouchers» foi apenso a este, a pedido do MP); o processo «Mala Ciao» foi instaurado em 2018 e também apenso aos anteriores em janeiro de 2019; em novembro de 2018, o MP solicitou a prorrogação do prazo para inquérito, em virtude da «especial complexidade» dos factos recolhidos.

Passou mais de um ano. Parece-me estar na hora de o Ministério Público nos dizer qualquer coisa. Deduzam acusação ou arquivem, mas decidam. Esta atmosfera de desconfiança é terrível para todos. Decidam.

«CHUTEIRAS PRETAS» é um espaço de Opinião do jornalista Pedro Jorge da Cunha. Um olhar assumidamente ingénuo sobre o fenómeno do futebol. Às segundas-feiras, de quinze em quinze dias. Pode seguir o autor no Twitter. Calce as «CHUTEIRAS PRETAS».  

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