“Não consigo perceber onde é que pode haver ‘manha’ na EDP” - TVI

“Não consigo perceber onde é que pode haver ‘manha’ na EDP”

    Manuela Ferreira Leite
  • AR
  • 8 jun 2017, 23:27

Comentário de Manuela Ferreira Leite, na TVI24, sobre as declarações do primeiro-ministro no Parlamento acerca do setor energético

Manuela Ferreira Leite mostrou-se, esta quinta-feira, bastante surpreendida, “para não dizer ‘chocada’”, com o tom das declarações de António Costa sobre a EDP. O primeiro-ministro disse, no debate quinzenal no Parlamento, que a elétrica tem “manhas” para aumentar as receitas e uma atitude hostil para com o atual Governo.

No espaço de comentário semanal na “21ª Hora” da TVI24, Manuela Ferreira Leite mostrou-se desagradada principalmente por se falar das rendas “excessivas” pagas à EDP e não se fazer contas ao lucros que a empresa já deu ao país.

Acho que nós temos uma tendência masoquista para aniquilarmos aquilo que é bom no país. Lembramo-nos agora de repente de nos irmos meter com a EDP? E de dizermos que eles têm manhas, que fazem isto e fazem aquilo? Uma empresa cotada, que não é nossa, que está na mão basicamente dos chineses, estamos a meter-nos com os chineses? Ah, mas eles não têm nunhum prurido com certeza em dar qualquer outro destino à empresa, caso a gente os mace muito.”

Para a ex-líder do PSD, a haver “manha” da EDP, só a poderá haver numa potência instalada excessiva para as necessidades específicas de um determinado consumidor ou nos cálculos “errados”, “mal feitos”, relacionados com a compensação do risco que se corre neste tipo de investimento.

Em todo o caso esses valores (…) não são elaborados pelas administrações dos bancos (são por outras entidades que lhes dizem que está) e muito menos o são pelos funcionários. E, portanto, as pessoas são arguidas na área administrativa: se há aqui falhas e más decisões, são decisões políticas.”

Sobre a convocatória de uma greve de professores para 21 de junho, em plena época de exames do ensino básico e secundário, Manuela Ferreira Leite considerou "absolutamente inaceitável" a data escolhida porque afeta crianças “num dia que, para elas, é importantíssimo” e afeta os pais.

A comentadora da TVI24 apontou o dedo às federações de professores por não admitirem o real motivo por detrás da data escolhida para a paralisação.

Deveriam assumir: 'vamos fazer greve no dia dos exames porque o dia dos exames é aquele que mais impacto tem, porque mais pessoas vai afetar'. Deviam dizer isso. Agora não dizer, esconder esse facto e dizer: ‘Nós marcámos para aquele dia, paciência, nem sabíamos sequer que havia exames, agora o Governo que mude.”

Dizer que “falta franqueza política” é, para a ex-ministra das Finanças, uma forma bonita, educada e equilibrada de traduzir o que pensa.

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