«Pessoas com responsabilidades institucionais, à partida, não tinham que se imiscuir nas eleições gregas. Agora, perante a existência da vitória do Syriza (pelo menos nas sondagens), a única coisa e a «mantra» desta gente é: ganhe quem ganhar, (…) apesar das propostas serem completamente diferentes, a União Europeia só aceita uma única política. No fundo, isto é a negação absoluta da democracia», defendeu a comentadora no espaço de análise nas «Notícias às 21:00».
Para Constança Cunha e Sá, nada impede que as instâncias europeias não levem em linha de conta o resultado eleitoral de um partido que defende coisas diferentes (como o perdão de uma parte da dívida pública) e que não se consigam sentar à mesa com um partido que negoceia de uma forma diferente.
«Eu não estou a dizer que não possa correr mal essa negociação. Mas que é obrigação das instâncias europeias reconhecerem o resultado eleitoral da Grécia, é. Que é obrigação das instâncias europeias negociar com o partido em que os gregos votaram, é. (…). Pode, obviamente, chegar-se à conclusão (…) que não há acordo, mas isso é uma coisa diferente. Negar à partida qualquer tipo de negociação parece-me uma ingerência e um ataque à democracia», concluiu.