Realçando que é a primeira vez que, numa entrevista, José Sócrates apresenta a própria versão dos factos, a comentadora apontou que a Comunicação Social tem sido inundada por acusações, indícios, suposições que vêm do lado da acusação: «O que nos temos estado a assistir é, de certa forma, um julgamento público de José Sócrates».
Para Constança Cunha e Sá, o que José Sócrates mostrou, nas respostas à TVI, «é que tenciona intervir nesse julgamento público que está a ser feito sobre si».
«A entrevista à TVI marca o início de uma nova estratégia de defesa, que como vimos pelas respostas de José Sócrates, é uma resposta de contra-ataque (…) com acusações graves ao Ministério Público e ao juiz de instrução, Carlos Alexandre», referiu a comentadora.
Resumindo o teor das respostas dadas à TVI, Constança Cunha e Sá concluiu que «José Sócrates faz a sua defesa em relação ao julgamento público, em relação à prisão preventiva e em relação à violação do segredo de justiça».
Sobre a posição, deixada clara por José Sócrates, de que está a ser alvo de um processo político, Constança Cunha e Sá referiu que a ideia colide com a estratégia do PS de se distanciar em relação ao caso.
«Eu não acho que José Sócrates seja um preso político. Agora, achar que uma coisa é a justiça, outra coisa é a política, e que não há vasos comunicantes entre elas, isso não é possível. Porque é evidente que a prisão de um ex-primeiro-ministro tem um peso político muito considerável e é evidente que tem efeitos políticos. Eu acho que este tipo de afirmação de José Sócrates vai dificultar um bocadinho a vida a António Costa», rematou.
Veja também a análise de Constança Cunha e Sá na TVI24: «José Sócrates não se vai calar»