“Só se consegue estar no euro e na Europa aplicando medidas de austeridade. Há uma linha única no euro e todos os países são obrigados a reger-se por ela. Isto põe em causa a democracia.”
Para Constança Cunha e Sá os países credores querem fazer dos gregos “um exemplo”, mostrando que estes só têm duas saídas: “ou a morte lenta, ou a saída do euro”. Por isso, considera que "o grande radicalismo não vem dos gregos".
“O grande radicalismo não vem dos gregos mas dos parceiros europeus.”
A comentadora da TVI24 entende, assim, que se trata de um “problema político” de razões “ideológicas” e não financeiras, criticando ainda o Governo português por alinhar no discurso mais duro dos parceiros europeus.
“Não é uma questão financeira, é uma questão ideológica e o Governo português alinhou sempre neste discurso.”
Sobre as garantias deixadas quer por Passos Coelho quer por Cavaco Silva de que o país não será apanhado desprevenido caso a Grexit aconteça, Constança Cunha e Sá sublinhou que as consequências da saída dos gregos são “imprevisíveis” e Portugal é o país na situação mais “frágil” se se materializar.
“Os cofres cheios chegam para resolver um problema de meses, mas isto é um problema de fundo. Portugal é o pais mais frágil a seguir à Grécia.”