«Há uma pressão muito grande de exigir à Grécia total capitulação» - TVI

«Há uma pressão muito grande de exigir à Grécia total capitulação»

Comentário de Constança Cunha e Sá na TVI24 sobre o sentido de oportunidade do «mea culpa» de Jean-Claude Juncker

Constança Cunha e Sá chamou esta quinta-feira a atenção para o momento em que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, decidiu fazer um «mea culpa», ao afirmar, na quarta-feira, que a «troika pecou contra a dignidade de Portugal e da Grécia». Na TVI24, a comentadora defendeu que a declaração de Juncker «não é inocente» e vem, de certa forma, «pôr-se ao lado dos gregos contra os alemães». Isto numa altura em que o Eurogrupo se vai reunir para tentar chegar a acordo com o Governo de Alexis Tsipras.

«Não é a primeira vez que Juncker levanta algumas questões sobre a forma como funcionava a troika. (…) Ele já tinha feito várias críticas à troika, mas nunca de uma forma tão explicita: diz que feriu a dignidade dos cidadãos portugueses, gregos e irlandeses. E diz que a troika é pouco democrática e que não tem legitimidade. Nunca o tinha dito de uma forma tão explícita», sublinhou a comentadora.


Para Constança Cunha e Sá, é importante perceber que Jean-Claude Juncker se pronunciou numa altura em que um dos pontos de oposição entre os Governos grego e alemão é exatamente a existência da troika. E numa altura em que essas mesmas palavras podem ter consequências na reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro, marcada para sexta-feira.

«Já vimos que da parte do Eurogrupo há uma pressão muito grande de exigir à Grécia uma total capitulação. O Governo alemão tem estado na linha da frente no ataque feroz às posições da Grécia e já se percebeu também que a Alemanha não vai lá com meias medidas. Ou seja: não quer ceder um milímetro, quer que a Grécia ceda completamente ou então que saia [do Euro]», explicou.


No entender de Constança Cunha e Sá, perante um cenário de uma certa cedência da Grécia e de cedência nenhuma por parte da Alemanha, as declarações de Jean-Claude Juncker vão ter a sua prova de facto, na sexta-feira, nas negociações no Eurogrupo.

Sabendo «que a avaliação do caso grego e a decisão, a capacidade de resposta, não é da Comissão, é do Eurogrupo, é importante perceber que papel terá a Comissão Europeia amanhã [sexta-feira] no Eurogrupo», rematou.

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