Mediterrâneo: «Europa não pode fingir que isto não está a acontecer» - TVI

Mediterrâneo: «Europa não pode fingir que isto não está a acontecer»

Comentário de Constança Cunha e Sá na TVI24

Relacionados
Constança Cunha e Sá considera que a Europa não pode continuar a «fingir» que as centenas de mortes ocorridas nos últimos anos no mar Mediterrâneo não são problema seu, e que devem ser implementadas medidas eficazes para resolver esta crise humanitária.

A comentadora da TVI24 diz que existe uma «falta de solidariedade» para com estes imigrantes que arriscam a vida em busca de melhores condições, mas também para com os governos italiano e grego, que sozinhos não conseguem resgatar todas as embarcações que tentam atravessar o Mediterrâneo.

«Há uma espécie de má-fé e de hipocrisia que leva as pessoas a dizerem que têm de fazer qualquer coisa, mas a verdade é que a Europa durante estes anos todos tem andado de costas viradas para este problema. (…) A Europa não pode continuar a fingir que isto não está a acontecer. (…) Há falta de meios, e há uma falta de solidariedade dos países para com Itália. Os países consideram que [isto] é um problema do Norte de África, do Mediterrâneo e, quanto muito de Itália, e nunca colaboraram com o governo italiano para resolver o assunto. [Os governos italiano e grego] não têm meios [suficientes]».


Cunha e Sá vai mais longe e diz que a Europa tem, justamente, culpa na situação que se vive em países como a Líbia, para onde se tentou «exportar» a democracia, mas onde apenas se trocou a ditadura pelo caos.

«A Europa tem sérias responsabilidades nisto. Eu sei que há muitos imigrantes que saem da Líbia, da Síria à procura de uma vida melhor, etc., mas a maior parte sai para fugir ao terror e à crise humanitária que se instalou nesses países. [E o responsável] é exatamente a Europa, com França e Inglaterra com grandes responsabilidades à partida, nomeadamente, na Líbia. Porque não basta a Europa ter, assim como os Estados Unidos – aconteceu o mesmo no Iraque e no Afeganistão -, a ideia que se exportam democracias, [que] acabamos com ditadores, (…) mas a substituição de uma ditadura pelo caos não é uma solução que ajude estes países», disse Cunha e Sá.

Continue a ler esta notícia

Relacionados