«O que sobressai é que ele [Passos Coelho] não só não esclarece, como lança mais confusão sobre a questão do IRS, depois de se saber que ele tinha sido alvo de cinco execuções fiscais entre 2003 e 2007», afirmou a comentadora no espaço de análise nas «Notícias às 21:00».
Sublinhando que as respostas de Passos Coelho foram «muito evasivas», Constança Cunha e Sá chamou a atenção para o ponto em que o primeiro-ministro se recusou a dizer com que entidades trabalhou entre 1999 e 2004: «Quem não deve não teme, não vejo razão nenhuma para o primeiro-ministro não dizer onde é que obteve rendimentos durante esse período».
A jornalista realçou mais quatro pontos em que Pedro Passos Coelho se absteve de responder: não disse quando é que regularizou o IRS, não revelou qual foi o problema com as execuções fiscais, não desvendou se tem mais processos de execução fiscal para além dos cinco que já são conhecidos e, por fim, não esclareceu porque é que não pagou a dívida à Segurança Social quando foi regularizar a do IRS.
«Um primeiro-ministro que exige aos portugueses que paguem impostos, e impostos brutais, não pode refugiar-se na distração ou na falta de dinheiro, porque é evidente que quem paga impostos tem dinheiro para os pagar, a não ser que o gaste noutras coisas que não devia…e aí voltamos à história de viver acima das suas possibilidades», concluiu.