"O que o ministro das Finanças nos disse é que vamos ter uma recessão muito profunda" - TVI

"O que o ministro das Finanças nos disse é que vamos ter uma recessão muito profunda"

  • Rafaela Laja
  • 13 abr 2020, 23:41

A entrevista do ministro das Finanças, Mário Centeno, ao Jornal das 8 da TVI foi tema de análise por Pedro Santos Guerreiro, Fernando Medina, Manuela Ferreira Leite e Paulo Rangel

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Pedro Santos Guerreiro, Fernando Medina, Manuela Ferreira Leite e Paulo Rangel analisaram as declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno, no Jornal das 8 da TVI desta segunda-feira.

O jornalista Pedro Santos Guerreiro começou por frisar que "não há ninguém em Portugal que tenha a informação mais atualizada que o ministro das Finanças" e que as declarações do mesmo sugerem um futuro económico negativo.

O que o ministro das Finanças nos disse é que vamos ter uma recessão muito profunda", disse o jornalista.

Pedro Santos Guerreiro discorda com quem se refere à saúde e à economia como forças contraditórias, mas admitiu que esta crise sanitária "é uma grande destruição da economia".

Por estas razões, o jornalista referiu que "tudo isto nos leva a perceber porque é que a União Europeia é necessária".

Pedro Santos Guerreiro considerou ainda que "os europeus devem exigir que a União Europeia seja uma União Europeia" e que este é o momento em que o projeto europeu se vai definir a si próprio para o futuro.

Já percebemos que a dimensão desta crise é muito mais que um teste e que isto pode ser o fim do o sonho do projeto europeu. Isto pode consolidar a União Europeia ou acabar com a União Europeia", considerou o jornalista.  

 

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, classificou a última reunião dos ministros das Finanças da União Europeia como uma "derrota".

O resultado deste Eurogrupo é uma derrota para a Europa. Está aos olhos de todos que este Eurogrupo correu muito mal", considerou Fernando Medina.

Para Fernando Medina, os ministros das Finanças "concordaram com um pacote que não responde rigorosamente nada ao problema com que estamos confrontados".

Sobre a mesma questão, o autarca de Lisboa diz que Mário Centeno "tem a cautela de dizer", quando questionado sobre as questões fundamentais, "que é quem paga a dívida de todo este processo é um assunto crucial" e que "isto é só um princípio, mas um mau princípio".

A antiga ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, começou a sua intervenção no debate por concordar com as declarações de Fernando Medina sobre esta ter sido uma derrota da União Europeia.

Isto não é uma vitória da Europa", considerou.

Manuela Ferreira Leite relembrou os outros "três fracassos da política europeia", entre eles a crise de 2008, e ressalvou que a União Europeia "precisa de mostrar que aprendeu alguma coisa das crises anteriores".

Se isto é cada um por si, então não precisamos de um projeto europeu", concluiu a antiga ministra.

 

O eurodeputado Paulo Rangel destacou em debate que, na sua opinião, o ministro das Finanças está errado quando reconhece que a posição da Holanda é ditada por razões nacionais "e acha normal".

O ministro está mal quando acha normal a posição da Holanda", considerou Paulo Rangel.

Para o eurodeputado, o ministro das Finanças "esteve muito embaraçado" na explicação dos acordos do Eurogrupo. "O que se compreende", acrescentou.

Paulo Rangel considerou ainda a situação europeia atual como um problema político e não só financeiro-económico.

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