15 anos de paixão partilhada: obrigado e parabéns

Nascemos sob uma boa estrela, desde o momento em que o desafio lançado ao Luís Sobral, pela Mediacapital, começou a ganhar equipa e corpo. Que corpo era esse, então? Um corpo em mudança permanente, como tudo o que nascia na internet e lhe acompanhava o crescimento. Dávamos os primeiros passos entre dial-ups, ISPs, e bandas estreitas que iam alargando aos poucos, até que um hábito de elites, na viragem do século XX para o XXI, se foi tornando uma evidência universal

Talvez fôssemos apenas, nessa primavera de 2000, uma coisa em forma de assim, para usar a expressão de Alexandre O'Neill. Mas tínhamos nome: Maisfutebol («e menos conversa», completava alguém de imediato). E identidade: podíamos ter dúvidas sobre aquilo que desejávamos, mas sabíamos perfeitamente o que não queríamos. Não queríamos gravatas nas manchetes, nem tomar os leitores por parvos, nem alimentar fanatismos. E, acima de tudo, não queríamos perder o sorriso, nem a paixão.

Com uma semana de idade estivemos no arranque de um fantástico Euro-2000, a primeira de quatro meias-finais da seleção portuguesa nestes 15 anos. Desde então Portugal não falhou a presença um só Mundial ou Europeu e nós estivemos sempre lá. Tal como estivemos quando o FC Porto conquistou a Liga dos Campeões, a Taça Intercontinental e, por duas vezes, a Taça UEFA/Liga Europa. E também quando Benfica (duas vezes), Sporting e Sp. Braga chegaram a outras finais europeias sem conseguirem final feliz para os seus adeptos.

Testemunhámos as consagrações individuais de Figo e Cristiano Ronaldo. E também de José Mourinho, o primeiro treinador a ganhar uma Bola de Ouro - e que foi, já agora, colunista dos primeiros meses do Maisfutebol.Não, não estamos a dizer que foi por causa disso. Mas...

Claro que nem todos os momentos foram bons: não se passam 15 anos sem umas lágrimas pelo caminho. O desaparecimento de Fehér foi uma onda de choque que atravessou o país e nos contagiou. Dez anos mais tarde, num mês de janeiro novamente nefasto, foi a lenda de Eusébio a deixar-nos e a justificar a nossa pequena homenagem em forma de revista. Mas mesmo quando as notícias eram más, continuámos aqui, a contar as histórias importantes. E as menos importantes também. E, sempre que possível, a pontuá-las com um sorriso – que, a partir de 2009, estendemos à emissão da TVI 24, às sextas-feiras à noite.

Lançámos livros, revistas e uma rádio. Reinvidicámos o direito a tentar coisas. Entre sucessos e falhanços, tentámos falhar um pouco melhor a cada vez. Passou o tempo, passaram nomes, vieram outros. Mudámos muito e vimos o mundo mudar também. Tornámo-nos mais móveis, aprendemos a seguir o leitor para qualquer sítio onde precise de nós. Adaptámo-nos a écrãs diferentes, à medida do seu smartphone ou tablet e reinventámo-nos como app, Mas o essencial não muda há 15 anos: gostamos de futebol, de contar histórias e de ter um público que nos lê. O sorriso e a paixão continuam deste lado e são para partilhar. Obrigado por estar aí. Divirta-se, que nós temos feito por isso.