Acordo Ortográfico: "Dos maiores casos de abuso cometidos na nossa democracia" - TVI

Acordo Ortográfico: "Dos maiores casos de abuso cometidos na nossa democracia"

    Miguel Sousa Tavares
  • JFP
  • 13 mai 2019, 21:58

Miguel Sousa Tavares analisou, no espaço de comentário do Jornal das 8 desta segunda-feira, os 10 anos de Acordo Ortográfico, a comissão técnica da CPLP na Guiné-Equatorial, as europeias, a falta de mão de obra e os 500 anos da morte de Leonardo da Vinci

Miguel Sousa Tavares, assumidamente contra o Acordo Ortográfico, sobretudo desde 1991, disse, esta segunda-feira no espaço de comentário do Jornal das 8, que a assinatura de acordo com outros países, no Brasil, que veio a definir o novo acordo é um "dos maiores casos de abuso cometidos na nossa democracia".

Cinco senhores, que não tinham nada que fazer, queriam ir ao Brasil à Academia das Ciências, precisavam de um pretexto, e o pretexto foi fazer um Acordo Ortográfico com o Brasil, que o Brasil não tinha pedido e impingiram-nos isso à força", afirmou, numa declaração de interesses, antes de continuar para a entrevista conjunta, com Pedro Pinto, a Maria do Carmo Vieira.

A convidada, professora, esteve na TVI a propósito dos 10 anos de Acordo Ortográfico, numa altura em que se conclui que Portugal poderá ser o único país a usar a grafia aprovada em 2009.

Todos teremos a ganhar com o não destroçar a Língua Portuguesa", afirmou a docente que admite que o acordo "é estúpido e não deixa pensar".

Na Europa, pela primeira vez, está em risco a maioria que sempre existiu no Parlamento Europeu formada pelo centro-direita e pelo centro-esquerda tradicionais.

A menos de duas semanas das eleições europeias, os partidos populistas eurocéticos, especialmente da extrema-direita, mostram-se a crescer, o que leva Miguel Sousa Tavares a concluir que os "europeus deviam insistir na maior participação dos jovens".

Sublinha o editor do Jornal das 8 de segunda-feira que os "nacionalismos acontecem por tradição em regiões ou países ricos".

No que diz respeito à economia portuguesa, de destacar que o turismo não tem parado de crescer nos últimos anos, com uma predominância cada vez maior para o PIB português.

Por outro lado, o grande desafio para os próximos anos chama-se mão de obra.

Temos que importar mão de obra para determinadas funções na hotelaria", assegurou Raul Martins, presidente da Associação de Hotelaria de Portugal, que realçou as dificuldades em conseguir trabalhadores para as áreas de restauração, sobretudo em regiões onde a sazonalidade tem grande influência.

Para Portugal, "é uma vergonha" que a Guiné-Equatorial esteja na CPLP

A CPLP vai visitar Malabo, na Guiné-Equatorial, a 5, 6 e 7 de junho, depois de o governo de Teodore Obiang ter adiado a primeira visita. Uma comissão técnica vai averiguar se os compromissos assumidos em 2014 estão a ser cumpridos.

Miguel Sousa Tavares acredita que, no que diz respeito à pena de morte, não houve uma resolução, mas sim "uma suspensão".

Para Portugal, "é uma vergonha" que a Guiné-Equatorial esteja na CPLP", assume Sousa Tavares.

O comentador fechou o noticiário desta segunda-feira com uma homenagem ao renascimento europeu e a Leonardo da Vinci, que faz este mês de maio 500 anos que morreu.

Talvez o maior europeu de todos os tempos. Há quem diga que foi o homem mais completo do mundo”, sublinhou Miguel Sousa Tavares sobre o artista.

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