Miguel Sousa Tavares: "Quando o PAN deixar de ser o partido dos cãezinhos e dos gatinhos, tem um grande futuro pela frente” - TVI

Miguel Sousa Tavares: "Quando o PAN deixar de ser o partido dos cãezinhos e dos gatinhos, tem um grande futuro pela frente”

    Miguel Sousa Tavares
  • 27 mai 2019, 22:12

Miguel Sousa Tavares analisou, no espaço de comentário semanal do Jornal das 8, desta segunda-feira, as eleições Europeias, deste domingo, debruçando-se sobre a grande ascensão do PAN, a elevada abstenção e a visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao Banco Alimentar, em plena noite eleitoral

Miguel Sousa Tavares analisou, no espaço de comentário semanal do Jornal das 8, desta segunda-feira, as eleições Europeias, deste domingo, debruçando-se, em especial, sobre a grande ascensão do PAN, a elevada abstenção e a visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao Banco Alimentar, em plena noite eleitoral.

No que diz respeito ao crescimento surpreendente do PAN, que foi considerado pelo comentador como "o grande vencedor da noite", Miguel Sousa Tavares justificou a popularidade do partido com a novidade que este apresenta e o trabalho que tem sido feito por André Silva no Parlamento.

É um voto novo, contra o sistema, é um voto de protesto, é um voto de moda, um voto politicamente correto e, também, presto justiça, um voto que resulta de um excelente trabalho parlamentar por parte de André Silva, o único deputado do PAN, ao longo desta legislatura”, afirmou, acrescentando que André Silva tem conseguido estabelecer "quase uma auréola de medo em redor dos outros partidos”, "que têm medo e vão sempre atrás dele”.

Para além disto, Miguel Sousa Tavares sublinhou ainda que "o PAN beneficiou muito de um equívoco. É que o PAN não é um partido ambientalista, é um partido animalista. E as pessoas que não sabem o que é o ambiente acham que defender os animais é defender o ambiente”.

“Agora que tem 5% tem de dar o salto”, para estar em linha com as ideias dos Verdes da Alemanha e da Finlândia, que são dois partidos "verdadeiramente ambientalistas". Contudo, o comentador garantiu que, “quando o PAN deixar de ser só o partido dos cãezinhos e dos gatinhos em marquises, tem um grande futuro político pela frente”.

Apesar do crescimento surpreendente do PAN, o comentador da TVI frisou que, "ao contrário da turbulência que se registou nos outros países, em Portugal mantém-se tudo mais ou menos na mesma" e quem realmente ganhou foi a abstenção. Os grandes derrotados foram os partidos da direita, porque cometeram o erro "de se alinharem com a FENPROF".

A escolha de não votar, principalmente por parte dos jovens, esteve também em análise. Miguel Sousa Tavares e Pedro Pinto entrevistaram dois jovens, Rita e António, estudantes de Comunicação Social, para tentar perceber a falta de interesse desta geração pela política.

Não vejo esta questão dos jovens como genérica. Vejo-a mais como partidária, do que propriamente etária”, garantiu António, que apenas não votou por "motivos pessoais". “A culpa tem de ser dos partidos”.

Já Rita considerou que há “falta de educação democrática”, especialmente nas escolas, porque a disciplina de Formação Cívica não se foca na política.

Na nossa formação cívica têm de ser dadas ferramentas para podermos exercer os nossos direitos cívicos".

Quanto ao papel de Marcelo Rebelo de Sousa nas europeias, Miguel Sousa Tavares considera que o Presidente da República “podia deixar de aparecer, agora, o que ele não conseguiu foi deixar de aparecer". Considerou ainda que o pretexto para o fazer "foi ridículo", pois podia ter visitado o Banco Alimentar contra a Fome a qualquer altura do dia, mas decidiu fazê-lo à noite “para ser o último a falar”, “incluindo a seguir ao primeiro-ministro”. Para o comentador da TVI, Marcelo tem de escolher entre “resguardar-se ou vulgarizar-se”.

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