Benfica: Bruno Lage não se escondeu - TVI

Benfica: Bruno Lage não se escondeu

Bruno Lage (foto: twitter SL Benfica)

Opinião

Tirambaço: substantivo masculino; Chute violento em direção ao gol.

Jaime Graça fez muitas coisas no Benfica. E antes disso também. Aliás, foi por estas mesmas que chegou à Luz futebolista consagrado. Eusébio marcou quatro golos à Coreia do Norte, em 1966, mas foi o «Catalunha» quem encheu o campo. O jogo completo está por aí, é só conferir. Outra das coisas que Graça fez foi levar Bruno Nascimento para o Benfica. E aí começou a história do Benfica-Rio Ave de domingo.

Lage assumiu o comando das águias. Falou um minuto com Rui Costa, outro com Luís Filipe Vieira e depois virou-se para aqueles que, necessariamente, mais importavam no momento.

«Aquilo que era importante hoje, além de ganhar, era perceber que tipo de homens tínhamos no balneário, que equipa é que eles podem apresentar em campo»

Essa foi a primeira boa decisão de Lage e é por aí que seguimos.

Tomar decisões é o dia a dia de quem lidera. Os indecisos nunca chegam a lado nenhum. Os pouco corajosos também não. Lage tinha uma oportunidade para deixar marca na Luz e arriscou.

A convocatória fez reset às oportunidades de todo o plantel, simbolizadas pelas chamadas de Castillo e sobretudo Ferreyra. A concorrência interna tinha acabado de aumentar apenas com uma lista. Et voilá, surgiu a melhor exibição de Seferovic pelas águias.

Claro que nem tudo está bem. Aliás, há muita coisa que (ainda) está mal no futebol do Benfica com enfâse no processo defensivo. Lage falou só do jogo do Rio Ave, afinal, o único pelo qual é responsável, mas a ideia podia alargar-se a qualquer outro duelo da equipa de Rui Vitória na temporada.

«Senti que em determinados momentos podíamos ter mais a bola e evitar que a equipa fique exposta às transições (…). A equipa tem de ter mais bola, para não a perder de forma desequilibrada.»

No fundo, o treinador interino explicou facilmente o que é mais urgente melhorar. E encontrar solução, algo que Rui Vitória não conseguiu.

Um triunfo em casa não quer dizer muito. Virar um 0-2 já quer dizer mais qualquer coisa. Ainda é muito cedo para se perceber, sequer, se Bruno Lage pode ou não ser a solução para o banco dos encarnados, pelo menos até final da temporada. Mas para já, uma coisa é certa: o interino não se escondeu e com um punhado de decisões ganhou, pelo menos, tempo para que essa ideia cresça.

O Tirambaço é um espaço de opinião do jornalista Luís Pedro Ferreira. Pode segui-lo no Twitter.

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