Moussa Marega, o erro foi todo meu - TVI

Moussa Marega, o erro foi todo meu

Chuteiras Pretas

«Chuteiras Pretas»

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«CHUTEIRAS PRETAS» é um espaço de Opinião do jornalista Pedro Jorge da Cunha. Um olhar assumidamente ingénuo sobre o fenómeno do futebol. Às quintas-feiras, de quinze em quinze dias. Pode seguir o autor no Twitter. Calce as «CHUTEIRAS PRETAS».

Moussa Marega.

«A exibição do atacante maliano até teria sido cómica, não fosse ele profissional, principescamente remunerado e com um contrato de longa duração. (…)

Marega tentou, Marega correu, Marega lutou, jogou com honestidade e limitações inacreditáveis para alguém que compete a este nível. Podíamos falar das receções deficientes ou da precipitação na hora de rematar. Ou podíamos sublinhar a incapacidade de entregar uma bola jogável, a dois metros do colega. Mas tudo isso pode ser resumido num lance ocorrido a meio do segundo tempo.

Em posição de tiro, no coração da área do Oliveira do Douro, Marega recebeu e… escorregou. O estádio reagiu com assobios e gargalhadas, Marega estendeu-se ao comprido no relvado.»


O erro foi todo meu, caro Moussa.

Escrevi estas palavras em maio de 2016, há pouco mais de dois anos. Não envelheceram bem. Fica aqui, desde já, o meu ato de contrição por esta análise ridícula. Sim, aqui o ridículo foi o jornalista. O tempo deu razão ao maliano e a quem o contratou para o FC Porto.  

Na noite em que Marega igualou o registo do grande Mário Jardel na Liga dos Campeões – cinco jogos consecutivos a marcar! – percebi o quão importante o contexto que rodeia um jogador pode ser.

Marega continua a ter limitações, a ter uma relação complicada com a bola, mas joga agora confortável e rodeado por uma equipa e um treinador que o compreendem.

Os números são esclarecedores: 59 jogos e 33 golos nesta segunda vida no FC Porto. Pouco ou nada a ver com aqueles meses de 2016, ainda no pobre reinado de José Peseiro.

Marega evoluiu, sim senhor, mas basta vê-lo ao vivo para perceber que jamais será um executante de primeira água. Explosivo, forte, mortífero na finalização (de pé direito e cabeça), mas ainda com problemas graves na receção e até no passe.

O mérito, pois, vai para Sérgio Conceição e a sua equipa técnica. Perceberam que atrás daquela cortina primária havia um cenário por explorar. E para explorar.

Marega tem contrato até junho de 2021 e promete ser um caso sério no próximo verão. Se a cabeça se mantiver lúcida e o corpo aguentar a exigência da época, o FC Porto poderá ter nele o protagonista de mais uma venda milionária.

Agora é a vez dele, o bom do Moussa, se rir do jornalista e das parvoíces precipitadas que às vezes se escrevem. O chamado honest mistake.

Quem nunca o cometeu que atire a primeira pedra. Ou caneta.   

«CHUTEIRAS PRETAS» é um espaço de Opinião do jornalista Pedro Jorge da Cunha. Um olhar assumidamente ingénuo sobre o fenómeno do futebol. Às quintas-feiras, de quinze em quinze dias. Pode seguir o autor no Twitter. Calce as «CHUTEIRAS PRETAS».  

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