Paulo Portas regressou hoje ao seu espaço de comentário “Global” no “Jornal das 8 da TVI.
Entre o regresso às aulas e as preocuapações em torno dos contágios por Covid-19 em Portugal e no Mundo. Passando pela decisão da Direção-Geral da Saúde sobre a Festa do Avante!, o comentador traçou o retrato do momento.
“A situação dos contágios é bastante preocupante”, disse no início do seu comentário sobre o fato de o número de contágios estar a crescer nesta última semana de agosto.
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E constatou “nenhum de nós sabe se estamos a viver uma segunda vaga ou a consequência do desconfinamento – menos normas e menos medo. Ou seja, mais gente e por isso mais contágios.”
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O fato é que as “coisas melhoraram no ínicio de agosto e na última semana de agosto pioram.” Mas quanto a medida na Europa são os novos casos, nos últimos 14 dias, por 100 mil habitantes, a forma de contabilizar que “criticávamos está favorece-nos, mas já estamos a subir”, concluiu.
Espanha, França e Croácia, por causa do turismo, são os casos mais graves, neste momento, na Europa.
Dados que levam Paulo Portas a conclui que “a situação não é para relaxamentos. A sociedade não pode parar e a economia não pode afundar.”
Mas afinal o que está a preocupar mais os portugueses?
De acordo com o comentador, o que está na cabeça das pessoas são:
Vão sair para a normalidade, para a rua, 2,5 a 3 milhões de concidadãos.
“É muita gente e não é possível olhar para isto de uma maneira amadora. Muita gente a circular, mais gente e mais probabilidade de contágio intergeracioanal.”
Portas crê que a distância, o uso de máscara e as refeições take away fazem todo o sentido, mas é preciso saber:
- O que acontece se houver uma criança ou jovem infetado numa turma.
- Testam os sintomáticos ou as outras pessoas da turma também
- Qual o rácio de contágio limite - a partir do qual terá de se retroceder no regresso às escolas
- E o que acontece ao desporto
“Haverá um risco maior nos transportes públicos. É absolutamente necessário saber qual o reforço de meios e os meios alternativos”, afirmou, acrescentando que “gostaria que respondessem: Quantos rastreadores temos a mais do que em junho e julho.”
O comentador da TVI disse que o novo regime é “muito compelxo do ponto de vista do acesso. Há números muito mediocres.”
Já sobre a aplicação que rastreia os contactos e é apresentada, oficialmente, terça-feira, Paulo Portas disse ser “favorável”, mas quer ver mais.
Sobre o sentido de se fazer a Festa do Avante!, afirmou: “O que não faz sentido é o comunicado da DGS [de não tornar público as regras sanitárias que definiu com o PCP no âmbito da organização do evento]. Numa democracia do século XXI. Num evento público. Há dezenas de milhares de pessoas que querem saber (...) Acho isto um disparate completo.”
De Portugal para o Mundo, no “Global” deste domingo, o último de agosto, houve ainda tempo para as vacinas em marcha, as eleições presidenciais nos Estados Unidos e as movimentações da Turquia em torno de Chipre.
Vacinas
Sobre as vacinas para a Covid-19, Paulo Portas lembrou as várias fases de teste porque tem de passar um qualquer tipo de fármaco.
A fase três de qualquer vacina, a última, é muito importante, não só para medir a eficácia, mas mais que isso “a segurança.” O caso da vacina russa – que terá “saltado” a fase três, a mais difícil - é um exemplo, de algo que o comentador apelida de perigoso.
Eleições nos EUA
Numa “América que está profundamente dividida”, o responsável pelo “Global” chamou a atenção para as últimas convenções de democratas e republicanos, “sem as festas e os milhares de pessoas habituais.”
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Os democratas venceram por pouco a “guerra” dos espetadores virtuais da internet. Michelle Obama empatou com Melania Trump e do ponto de vista do que divide democraticamente a América, Biden tem experiência e Trump apela à desordem, analisou Portas, para concluir que no final das contas o que “conta é quantos dos meus mobilizo e se sou suficientemente suave para não mobilizar outros contra mim [num país em que metade dos cidadãos não vota.]
Jogos de guerra
Para concluir, Paulo Portas chamou atenção para as movimentações muitos preocupantes da Turquia de Erdogan.
“A Turquia quer fazer pesquisa de gás em Chipre – grego e turco – e Erdogan está a pisar a linha das zonas marítimas”, alertou, sem esquecer as dificuldades da Alemanha - que tem atualmente a presidência europeia - em lidar com o tema porque tem muitos turcos no território alemão e fez um acordo com Erdogan para travar as migrações.