Paulo Portas: “Para ser presidente do FMI, Centeno tem de agradar aos EUA, ao Japão, à China e aos europeus” - TVI

Paulo Portas: “Para ser presidente do FMI, Centeno tem de agradar aos EUA, ao Japão, à China e aos europeus”

    Paulo Portas
  • MM
  • 22 jul 2019, 00:49

A crescente tensão no Estreito de Ormuz, a eleição de Ursula von der Leyen para a Comissão Europeia, a possível eleição de Mário Centeno para o FMI e a necessidade de entendimento em Espanha para a constituição de um Governo estável foram os principais temas abordados por Paulo Portas no programa "Global", de Paulo Portas, este domingo

Paulo Portas considera que Mário Centeno tem sérias hipóteses de se tornar presidente do FMI. No espaço de comentário “Global”, este domingo, no Jornal das 8 da TVI, Paulo Portas apontou as dificuldades e as facilidades que Centeno poderá encontrar no caminho para lá chegar.

Ele está na shortlist. Depende muito do que o primeiro-ministro português e, curiosamente, o de Espanha queiram da Comissão Europeia. Eu não excluiria que Portugal tivesse algum interesse também nessa área.”

Para se ser presidente do FMI é preciso agradar ao mesmo tempo a americanos (que têm 16% do direito de voto, porque têm 17% das quotas), agradar ao Japão, agradar à China (…) e aos europeus”, sublinhou.  

Paulo Portas considera que, neste momento existem três candidatos perfilados, todos com prós e contras a considerar: “Olli Rehn da Finlândia (a Finlândia tem uma relação próxima com os Estados Unidos, mas também tem uma relação não distante com a Rússia e isso pode causar um problema), a ministra da Economia de Espanha (mas eu acho que ela tem um problema com os Estados Unidos, porque ela quer avançar unilateralmente com uma taxa sobre as empresas digitais (e não no quadro do G20, ou do G7 ou da OCDE)) e Mário Centeno, que tem a favor dele ser o garante de finanças públicas saudáveis, independentemente de nós concordarmos com esta ou aquela medida (…) e ser presidente do Eurogrupo. Tem contra ele a ideia de que há já demasiados portugueses nos cargos internacionais (…) e, nos Estados Unidos, pode criar algum ruído esta última emissão de dívida que Portugal fez em moeda chinesa”.

“Uma crise a sério aqui é uma crise a sério na economia global”

Mas o assunto Mário Centeno no FMI não foi sequer o primeiro a ser abordado na rubrica desta semana. Paulo Portas começou o espaço “Global” por falar da crescente tensão no Estreito de Ormuz e dos problemas que uma escalada de violência na região pode trazer para a economia mundial.

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Daria aos nossos telespectadores três dados para medirem a importância do que aqui está em causa: 100 milhões de barris de petróleo por dia é a produção total, tão necessária à vida das famílias. Desses 100, 60 são transportados por via marítima e, desses 60, 21 passam obrigatoriamente pelo Estreito de Ormuz. (…) Uma crise a sério aqui é uma crise a sério na economia global.”

Portas considera que “as Nações Unidas deviam fazer algo mais (…) porque se não, podemos estar perante uma escalada de que se perde o controlo e que pode ter danos na economia global.”

“Por um voto se ganha, por um voto se perde”

O comentador da TVI falou ainda da eleição de Ursula von der Leyen para a Comissão Europeia. Uma vitória à tangente, como aliás Paulo Portas já tinha previsto no comentário da semana passada.  

Ele perdeu mais votos do que se pensa no PPE, porque havia outros democratas-cristãos candidatos àquele cargo, perdeu quase 40% dos votos no Partido Socialista (são aqueles que queriam Timmermans) (…) e os liberais quase todos votaram nela. Foi buscar os votos que lhe faltavam a três grupos e isso terá as suas consequências.”

“Ela conseguiu uma maioria que é heterogénea. Em política, por um se ganha e por um se perde.”, rematou.

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