Manuela Ferreira Leite considera que “é muito importante que o PSD esteja unido” no momento em que um novo líder vai assumir, oficialmente, a direção do partido. No seu espaço de comentário semanal na 21.ª Hora da TVI24, a social-democrata desvalorizou as tensões dentro do PSD e frisou que o partido “não é nenhum saco de gatos” em que “andam todos à bulha”.
O partido não é nenhum saco de gatos”, frisou.
A comentadora da TVI24 desvalorizou a “excitação” em torno do congresso do PSD, que vai decorrer este fim de semana e durante o qual Rui Rio vai tomar posse como presidente do partido. Ferreira Leite admitiu que esta “excitação” existe por haver dúvidas sobre a união dentro do partido, mas para a social-democrata as tensões que existem são idênticas às que se verificam num processo de sucessão democrática.
O que se está a passar no PSD é o que se passa numa sucessão democrática. Acho que não há nenhuma desunião especifica dentro do PSD. É um momento de tensão, de algum reboliço, porque as pessoas acabam por se dividir. (...) A transição é sempre com alguma tensão mas é o que se passa em qualquer transição", destacou.
Ferreira Leite sublinhou que "é muito importante que o partido esteja unido" porque, notou, "o PSD tem andando afastado da oposição há uns meses", desde que Passos Coelho anunciou que iria deixar a liderança do partido.
"É um tempo muito longo, que não fez bem ao partido", acrescentou.
A comentadora da TVI24 espera que o PSD seja "uma oposição construtiva, que ajude a resolver os problemas do país até às próximas eleições" de 2019 e não se surpreenderia se houvesse uma aproximação entre o PS e o PSD de Rui Rio sobre determinadas matérias.
Numa altura em que a esquerda tem pressionado o Governo para uma reversão das leis laborais, esta pode ser uma matéria de convergência entre PS e PSD. Ferreira Leite explicou porquê.
É a reforma mais importante que foi feita no governo de Passos Coelho. A alteração da lei laboral não se pode dizer que é uma lei selvagem. As normas estão asseguradas e a verdade é que o emprego não tem só crescido por ter havido grandes investimentos. Há uma confiança por parte dos empregadores de que o regime que está em vigor se mantém e isso é um aspeto muito importante: a estabilidade legislativa e regulamentar."
"No governo de Passos Coelho foi possível um acordo com o PS para a redução do IRC e ele foi violado quando se constituíu a geringonça não porque o PS discordasse, mas porque baixar IRC é coisa que não cabe na ideia de partidos da esquerda radical", continuou.