"O erro imperdoável de Neto de Moura foi ter confundido a lei com as suas opiniões" - TVI

"O erro imperdoável de Neto de Moura foi ter confundido a lei com as suas opiniões"

    Miguel Sousa Tavares
  • CE
  • 4 mar 2019, 22:29

Miguel Sousa Tavares, no espaço de comentário no Jornal das 8, falou sobre a polémica em volta dos acórdãos proferidos pelo juiz Neto de Moura, da eventual injeção de 1,149 milhões de euros no Novo Banco, da falta de segurança nas prisões portuguesas e ainda o facto de governo angolano ter dito que o caso do Bairro da Jamaica estava completamente ultrapassado

Miguel Sousa Tavares, no espaço de comentário no Jornal das 8, falou sobre a polémica em volta dos acórdãos proferidos pelo juiz Neto de Moura, da eventual injeção de 1,149 milhões de euros no Novo Banco, da falta de segurança nas prisões portuguesas e ainda o facto de governo angolano ter dito que o caso do Bairro da Jamaica estava completamente ultrapassado. 

Miguel Sousa Tavares convidou o advogado de Neto de Moura, e o próprio juiz, a estarem presentes no Jornal das 8, desta segunda-feira, porque "nunca uma sentença judicial foi tão questionada, tão atacada, e um juiz foi tão destratado pela opinião pública e, portanto, entendi que seria interessante ouvir aqui as suas justificações para além daquelas que dá nos seus acórdão". No entanto, o advogado de Neto de Moura não tinha agenda para poder estar presente, e o juiz apresentou uma justificação, na ótica do comentador da TVI, "razoável e legítima"

Ainda assim, o escritor não deixou de dar a sua opinião relativamente a esta grande polémica e disse que "o erro imperdoável do juiz desembargador foi que ele confundiu a lei com as suas opiniões" e acrescenta "ele não é legislador, ele é julgador e deve obediência à lei, seja ela qual for, goste ou não goste"

Quando questionado se Neto de Moura está, ou não, a ser destratado pela opinião pública Miguel Sousa Tavares afirma que: 

Está a ser destratado, e justamente destratado, porque ele, de certa forma, fez a corda com que foi enforcado".

Mas nem tudo é mau. O escritor disse ainda que o tema da violência doméstica nunca foi tão "popular" e Neto de Moura contribuiu para que assim fosse. 

Ele fez mais do que qualquer comissão para a igualdade, ou para defesa das mulheres, ou qualquer manifestação. Ele pôs isto na agenda do dia das pessoas comuns". 

Outro dos temas comentado foi a falta de segurança nos estabelecimentos prisionais portugueses. Direto à questão principal, Miguel Sousa Tavares disse que é preciso esclarecer "há ou não há 4400 guardas prisionais para 12 mil presos?"

Se chega a haver 800 reclusos para 20 guardas, ou a direção-geral mente, ou os guardas estão todos de baixa, ou não gostam de trabalhar à noite, ou foram dar uma volta"

O comentador da TVI falou ainda do facto de o governo angolano ter dito que o caso do Bairro da Jamaica estava completamente ultrapassado e que Portugal pediu desculpas. No entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português não confirmou esse pedido de desculpm as e udos sindicatos da PSP mostrou-se revoltado uma vez que o inquérito ao caso ainda está a decorrer.

Sérgio Figueiredo, diretor de informação da TVI, foi convidado do Jornal das 8, para comentar os prejuízos 1.412 milhões de euros, em 2018, apresentados pelo Novo Banco. Uma vez que, perante estes resultados negativos, o banco decidiu pedir 1.150 milhões ao Estado.

A ministra da Saúde também esteve, esta segunda-feira, no Jornal das 8 da TVI e foi questionada sobre os salários imbatíveis no estrangeiro que levam os clínicos a trocar Portugal por outros países. 

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