Miguel Sousa Tavares: "Quando vier aí o verão ninguém segura os portugueses" - TVI

Miguel Sousa Tavares: "Quando vier aí o verão ninguém segura os portugueses"

    Miguel Sousa Tavares

Editor e comentador da TVI analisou o que vai mudar em Portugal na transição de estado de emergência para situação de calamidade pública

Miguel Sousa Tavares considerou, esta segunda-feira, no Jornal das 8, que a situação de calamidade pública não tem o efeito prático do estado de emergência e explicou porquê.

Em primeiro lugar, o editor e comentador da TVI salientou que o enquadramento jurídico muda, uma vez que as limitações da situação de calamidade são muito menos do que no estado de emergência.

Eu não sei com que poder é que a polícia vai poder mandar os cidadãos para casa. Não tem o poder legal para o fazer, disse Miguel Sousa Tavares.

Sousa Tavares considerou que, se a ideia é manter o confinamento das pessoas, "mais vale um estado de emergência que se vá adaptando semana a semana, gradualmente, àquilo que é a intenção do Governo".

Se a ideia é começarmos a ser desconfinados, não faz sentido a situação de calamidade pública. Não sei para que é que serve. Mais vale acabar com o estado de emergência pura e simplesmente", admitiu o editor.

O comentador disse ainda que o efeito jurídico da situação de calamidade pública não se aplica a um caso de uma pandemia e que este "não tem efeito prático nenhum".

Sousa Tavares sugeriu normas para o uso obrigatório de máscaras em determinados locais, como supermercados. No entanto, considerou que "se o que o Governo não quer, que é ver muita gente a circular na rua, não tem poderes dentro da situação de calamidade para o impor".

As pessoas já assumiram na sua cabeça que vão desconfinar", disse Sousa Tavares.

Para o comentador, da mesma maneira que os portugueses anteciparam o confinamento antes deste ser obrigatório, também já estão a antecipar o desconfinamento antes de se tornar efetivo.

Em última análise, Sousa Tavares admite que quem vai decidir isto nem é a situação jurídica, mas a atitude das pessoas em função da sua própria sensibilidade. Sousa Tavares tem constatado que há muitos portugueses ansiosos por ir trabalhar e por "ter vida" e que o mau tempo tem ajudado ao confinamento.

Quando vier aí o verão ninguém segura os portugueses", concluiu Miguel Sousa Tavares.

 

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