Ferreira Leite critica "aposta cega" do Governo e aumento da derrama para as grandes empresas - TVI

Ferreira Leite critica "aposta cega" do Governo e aumento da derrama para as grandes empresas

  • Sofia Santana
  • 13 out 2017, 20:52

A antiga ministra das Finanças defendeu, no Jornal das 8, da TVI, que "para que seja possível haver um maior crescimento é necessário também apostar nas empresas" e notou que este Orçamento para o próximo ano dá um sinal negativo nesse sentido

Manuela Ferreira Leite criticou esta sexta-feira a "aposta cega na ideia de que o consumo é o motor do investimento" que está na base do Orçamento do Estado para 2018. A antiga ministra das Finanças defendeu, no Jornal das 8, da TVI, que "para que seja possível haver um maior crescimento é necessário também apostar nas empresas" e notou que este Orçamento para o próximo ano dá um sinal negativo nesse sentido: o aumento da derrama estadual do IRC para as grandes empresas.

"Há uma aposta de tal forma cega na ideia de que o consumo é o motor do investimento, é o motor do crescimento, que se põe absolutamente de lado - não se ouve falar, - das empresas. Para que seja possível haver um maior crescimento é necessário também apostar nas empresas. E não há nenhum sinal, pelo contrário. Há um sinal negativo que é a ideia de que determinadas empresas com determinado nível de lucro devem pagar mais derrama."

A comentadora da TVI não tem dúvidas de que este Orçamento é o "resultado da eleições autárquicas" - na qual o Partido Socialista obteve uma grande vitória e ganhou várias câmaras ao PCP.  Para Ferreira Leite, "a folga dada pelo crescimento económico foi toda cedida à ideologia" dos partidos mais à esquerda, que suportam o Governo.

"A folga que o crescimento tem foi toda cedido à ideologia que apoia este Governo. O Orçamento tem uma matriz ideológica pesada que decorre destas sobras que deviam ser aplicadas na zona das empresas, mas que foram todas dadas a cedências do Bloco de Esquerda e do PCP. "

A social-democrata notou ainda que "um orçamento é um documento onde se apresentam previsões de receitas e de despesas", mas "não é um conjunto de proclamações". E deu como exemplo de uma "proclamação" o descongelamento das progressões na carreira dos funcionários públicos. 

"Fala-se de descongelamento de carreiras, mas depois vemos que uma parte é em 2018 e outra parte é em 2019. Não têm que estar no Orçamento nem têm que estar proclamadas. Isso não tem que fazer parte do Orçamento porque o Orçamento acaba no dia 31 de dezembro e se no dia 31 de dezembro estiver cá outro governo esse governo não é obrigado a continuar" com essa medidas.

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