Ferreira Leite explica por que é que seria "absolutamente natural" Centeno suceder a Dijsselbloem - TVI

Ferreira Leite explica por que é que seria "absolutamente natural" Centeno suceder a Dijsselbloem

    Manuela Ferreira Leite
  • Sofia Santana
  • 6 abr 2017, 23:09

A comentadora da TVI24 falou ainda sobre as declarações de António Costa a propósito da maioria de esquerda. Ferreira Leite disse que estas declarações vão ter custos para o Partido Socialista

Manuela Ferreira Leite disse, esta quinta-feira, na TVI24, que a notícia que deu conta que Mário Centeno foi sondado para suceder a Jeroen Dijsselbloem como presidente do Eurgrupo lhe pareceu algo "absolutamente natural". A antiga ministra das Finanças frisou, no seu espaço de comentário semanal, que a substituição de Dijsselbloem só seria credível se fosse por um ministro dos países visados.

Para ser credível a sua substituição [de Dijsselbloem], só tem sentido ser substituído se for por um dos visados, por um ministro dos países do sul."

Isto porque, frisou, só faria sentido substituir o presidente do Eurogrupo por um governante que "não pense da mesma forma que ele".

A Grécia está com muitos problemas, a Itália já tem mais do que um representante nos órgãos comunitários e portanto entre o espanhol e o português, tem toda a lógica", acrescentou.

A comentadora falou ainda sobre as declarações de António Costa a propósito da maioria de esquerda, numa entrevista dada esta semana. Ferreira Leite disse que estas declarações vão ter custos para o Partido Socialista. Recorde-se que o primeiro-ministro afirmou, numa entrevista à Rádio Renascença, que quer manter o espírito da "geringonça", independentemente dos resultados eleitorais.

Do ponto de vista político e da educação ele não podia ter dito outra coisa senão aquilo que disse. Estando a governar com o apoio de outros partidos não podia dizer que se tivesse maioria nunca mais queria saber deles. Mas o que eu vejo é quue é uma afirmação que vai ter custos para o PS.”

E na TVI24, esta quinta-feira, a comentadora explicou porquê:

Uma coisa foi uma experiência que teve como origem o facto de não ter havido nenhuma maioria absoluta e era necessário haver convergência de alguns partidos. (…) Se o Partido Socialista vier dizer que se tiver maioria absoluta mesmo assim [vai manter] os princípios ideológicos, se isso é assim acho que vai ser dificílimo não haver um escrutínio muitíssimo apertado ao programa socialista que se apresente às eleições.”

 "A ideia de que [o Partido Socialista] pode ter uma maioria absoluta e, mesmo assim, ficará agarrado a determinado tipo de princípios então eles vão ter de ficar explicitados no programa eleitoral", acrescentou.

Para Ferreira Leite, esta foi "uma afirmação muito arriscada" porque "poderia significar que tinha havido uma alteração estrutural da nossa estrutura política". "O que, tenho impressão, em todo o caso, não existiu", concluiu.

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