Manuela Ferreira Leite está preocupada com as "entrelinhas" das reivindicações dos trabalhadores dos impostos. Chegou a estar prevista uma greve de um dia por mês até outubro, mês de eleições, por razões salariais e não só.
O não só é que me preocupa: numa entrelinha, um dos pontos de reivindicação é de que pretendem obter o estatuto de polícia criminal. Eu acho isso um aspeto de tal forma grave que me espanta que ainda nada tenha sido dito pelo Governo sobre qual é a sua posição sobre esta matéria. No mínimo o ministério das Finanças, já que são a tutela desse setor e, pelo contrário, a notícia o que dizia era que contactado ainda não tinha reagido. A não reação pode sugerir discordância, concordância ou pior do que isso uma hesitação".
No seu espaço de comentário habitual na TVI24, a antiga ministra das Finanças lembrou que a Administração Fiscal é quem liquida e cobra os impostos: "Não me parece que seja a mais adequada para ainda por cima andar atrás dos crimes. Entro numa repartição de Finanças e entro logo como suspeita, porque seria um órgão policial".
Mais preocupada fiquei quando vi que a greve foi suspensa , ou porque todas aa reivindicações salariais foram satisfeitas ou porque uma destas reivindicações no mínimo foi-lhes dito vamos estudar o assunto. Acho que isto não deve ser estudado, de jeito nenhum".
Ferreira Leite analisou ainda as alterações à lei do arrendamento, dizendo que "o emaranhado é bastante grande" e defendendo que "os inquilinos devem ser protegidos pelo Estado, não pelos senhorios".
Sobre o anúncio de 11.500 camas para estudantes universitários, duvida da promessa Governo, ainda para mais em ano eleitoral. "Era preciso saber de onde vem o dinheiro. (...) Ainda não ouvi ninguém dizer que há dinheiro. (...) Os imóveis estão degradados" , alguns teriam de ter obras de raiz, o que, frisou, levaria anos e dinheiro.
Já a propósito do conflito entre os privados e a ADSE, defendeu que o Governo "ainda não percebema importância de ter o sistema". "Se por qualquer motivo atravessasse o espírito de aguém acabar com a ADSE eu diria que era o desastre nacional em termos de saúde". Veja os argumentos da comentadora da TVI24 nos vídeos associados a este artigo.