Fisco como polícia criminal? "Entro numa repartição de Finanças e entro logo como suspeita" - TVI

Fisco como polícia criminal? "Entro numa repartição de Finanças e entro logo como suspeita"

    Manuela Ferreira Leite
  • VC
  • 27 fev 2019, 22:57

Uma das reivindicações do Sndicato dos Trabalhadores dos Impostos - que chegou a ter uma greve prevista - é obter o estatuto de polícia criminal. Manuela Ferreira Leite estranha o silêncio do Governo e a paralisação ter sido suspensa. No seu espaço de comentário, analisou ainda as alterações à lei do arrendamento, a promessa de camas para universitários e a polémica com a ADSE

Manuela Ferreira Leite está preocupada com as "entrelinhas" das reivindicações dos trabalhadores dos impostos. Chegou a estar prevista uma greve de um dia por mês até outubro, mês de eleições, por razões salariais e não só.

O não só é que me preocupa: numa entrelinha, um dos pontos de reivindicação é de que pretendem obter o estatuto de polícia criminal. Eu acho isso um aspeto de tal forma grave que me espanta que ainda nada tenha sido dito pelo Governo sobre qual é a sua posição sobre esta matéria. No mínimo o ministério das Finanças, já que são a tutela desse setor e, pelo contrário, a notícia o que dizia era que contactado ainda não tinha reagido. A não reação pode sugerir discordância, concordância ou pior do que isso uma hesitação".

No seu espaço de comentário habitual na TVI24, a antiga ministra das Finanças lembrou que a Administração Fiscal é quem liquida e cobra os impostos: "Não me parece que seja a mais adequada para ainda por cima andar atrás dos crimes. Entro numa repartição de Finanças e entro logo como suspeita, porque seria um órgão policial".

Mais preocupada fiquei quando vi que a greve foi suspensa , ou porque todas aa reivindicações salariais foram satisfeitas ou porque uma destas reivindicações no mínimo foi-lhes dito vamos estudar o assunto. Acho que isto não deve ser estudado, de jeito nenhum".

Ferreira Leite analisou ainda as alterações à lei do arrendamento, dizendo que "o emaranhado é bastante grande" e defendendo que "os inquilinos devem ser protegidos pelo Estado, não pelos senhorios".

Sobre o anúncio de 11.500 camas para estudantes universitários, duvida da promessa Governo, ainda para mais em ano eleitoral. "Era preciso saber de onde vem o dinheiro. (...) Ainda não ouvi ninguém dizer que há dinheiro. (...) Os imóveis estão degradados" , alguns teriam de ter obras de raiz, o que, frisou, levaria anos e dinheiro.

Já a propósito do conflito entre os privados e a ADSE, defendeu que o Governo "ainda não percebema importância de ter o sistema". "Se por qualquer motivo atravessasse o espírito de aguém acabar com a ADSE eu diria que era o desastre nacional em termos de saúde". Veja os argumentos da comentadora da TVI24 nos vídeos associados a este artigo.

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