“O relatório é perentório em dizer que os funcionários da Autoridade Tributária não têm orientações sobre os princípios aos quais se devem subordinar. Não existe cadeia hierárquica, não existe formação e um dos pontos mais sublinhados no relatório é a ausência de sensibilidade total, que ainda não foi transmitida aos funcionários, do que é desempenhar a autoridade.”
Uma situação que Ferreira Leite considera “muito grave”, sublinhando que os funcionários desta entidade “podem estragar a vida a qualquer pessoa”.
“Quando se tem poderes especiais tem de haver responsabilidades especiais e um princípio de ética nas funções que lhes são atribuídas. […] Os funcionários da Autoridade Tributária podem estragar a vida a uma pessoa.”
A comentadora da TVI24 aproveitou para comparar a situação do Fisco à da Segurança Social, que considera encontrar-se num modo de funcionamento “selvático”.
Sobre a recondução de Carlos Costa como governador do Banco de Portugal, aprovada esta quinta-feira pelo Governo, a comentadora considera que o Executivo de Passos Coelho devia ter consultado o maior partido da oposição. Palavras que surgem depois de o líder do PS, António Costa, ter confirmado que os socialistas não foram consultados sobre esta matéria.“A Segurança Social, não sendo nenhuma autoridade, está a funcionar praticamente da mesma forma, de uma forma absolutamente selvática.”
“Acho que a consulta ao maior partido da oposição era não só natural como quase exigível, apesar de não ser obrigatória.”
Ferreira Leite deixou ainda duras críticas ao Governo e particularmente à ministra das Finanças, a propósito da questão da sustentabilidade da Segurança Social e das declarações da governante sobre a possibilidade de haver novos cortes nas pensões em pagamento. A comentadora não tem dúvidas: para o Governo tudo tem solução, menos as pensões.
“Aquilo que mais se vê é o Governo a tentar dar esperança às pessoas e visão de futuro. Tudo vai melhorar, a única coisa que não tem solução é as pensões.”