Considerando a possibilidade de que poderá haver efetivamente, por parte da administração fiscal, a violação de um princípio básico que está na base das contribuições, e que é a defesa do sigilo bancário, Manuela Ferreira Leite reclamou que essa suspeição não pode apenas ser desfeita através de afirmações.«Só pode ser uma notícia sem fundamento. Recuso-me a acreditar que tenha qualquer fundamento. Recuso-me a acreditar que as contribuições e impostos pudessem tratar uns contribuintes de uma forma e outros contribuintes de outra forma», afirmou a comentadora.
«Eu acho que a administração fiscal, ou governantes responsáveis por esta área, tinham a obrigação de vir explicitar de que forma é que a defesa dos contribuintes está salvaguardada pela administração fiscal, porque neste momento ninguém sabe», realçou.
No mesmo espaço de comentário, Manuela Ferreira Leite discordou da posição do Governo que rejeita a reposição da cláusula de salvaguarda do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), uma cláusula que limita até 75 euros o aumento anual do imposto sobre os imóveis.
Para a antiga ministra das Finanças e antiga líder do PSD, Pedro Passos Coelho não pode insistir no aumento do IMI devido à redução do IMT (a antiga cisa).
«Eu não vejo nenhuma relação entre as duas coisas, mas se essa relação existir, então eu direi que piora um pouco. Então, é que perdemos tudo: quem beneficia do IMT não são na maioria os portugueses e quem paga o IMI para que esse IMT pudesse baixar eram os portugueses», concluiu.