“Não se percebe como é o próprio Governo que minimiza o valor da TAP. Quando quero vender alguma coisa a última coisa que eu faço é dizer que estou ali com uma porcaria para vender.”
A comentadora referiu que também não percebe porque Passos Coelho considera que o problema da TAP é “estratégico” e não financeiro, sublinhando que se trata de uma companhia que “representa o nosso país e tem um valor estratégico”. Ferreira Leite até ironizou com a situação.
“Eu é que não tenho dinheiro senão até eu me candidatava [à compra da TAP]!”
Ainda no setor dos transportes, Ferreira Leite falou da subconcessão do Metro e da Carris. Outra coisa que, admitiu, “genuinamente” não entender.
“Genuinamente não entendo como um transporte público pode ser privado. É público porque é um tipo de transporte que tem de dar prejuízo. Porque tem que fazer rotas em zonas onde há pouca população, com outro tipo de horários.”
E não entende as posições de ambos os lados: como o setor privado se pode interessar num negócio que só pode dar prejuízo e onde haverá a redução do encargo orçamental e dos impostos para o Estado. Por isso, para a comentadora, a eficácia do transporte, entregue ao gestor privado, só poderá ser feita à custa dos utentes.
“A poupança vai ser em prejuízo dos utentes. A eficácia é que deixa de fazer carreiras a determinadas horas, para determinados sítios. E será aí que vai ser aplicada a sua gestão.”