Cavaco e o próximo Governo: "Gestão não podia ser mais infeliz" - TVI

Cavaco e o próximo Governo: "Gestão não podia ser mais infeliz"

    Marcelo Rebelo de Sousa

Marcelo Rebelo de Sousa critica "autolimitação" do Presidente da República ao exigir acordos para dar posse ao próximo Governo. Cavaco Silva "tem de manter incólume o poder para intervir naquela altura"

Relacionados
Marcelo Rebelo de Sousa criticou este domingo, no seu habitual comentário no Jornal das 8 da TVI, a forma como Cavaco Silva está a referir-se ao próximo Governo que resultar das eleições do outono deste ano. Cavaco Silva já deu a entender que vai exigir acordos para dar posse ao próximo executivo. A gestão deste assunto "não podia ser mais infeliz" por parte do Presidente da República, defende o professor, que é também conselheiro de Estado.
 
"Estas notícias ou formas diretas ou indiretas de dizer que vai exigir um acordo estável, é uma autolimitaçao dispensável. Para que é que cavaco silva vai se autolimitar para dizer que uma solução assim não aceita, não nomeia? É que se não nomear qual é o efeito? Mantém-se o Governo atual em gestão corrente, não há orçamento, governo em duodécimos, caem as medidas impostas pelo memorando, sobe o défice"

O professor defendeu que Cavaco Silva "tem de deixar aberta a porta para que um qualquer CDS ou PSD viabilize o problema de governo e o primeiro orçamento e depois logo se vê. Ou um qualquer PS viabilize o problema de governo e o primeiro orçamento e depois logo se vê . Não é uma solução ideal, mas é melhor do que esta que eu acabei de retratar", assinalou.

Para além disso, frisou, o Presidente da República, "a partir de agora é só perder poder até ao fim do mandato".
"Perde mais poder quanto mais falar sobre isto. Tem de manter incólume o poder para intervir naquela altura. Fala muito, limitando-se, chega lá sem poder nenhum. Bem pode dizer eu não nomeio e depois? Fica responsável por um impasse desta natureza? A ideia é boa, à partida, a forma como está a ser gerida não pode ser mais infeliz"
Outro caso político da semana foi o lançamento da biografia autorizada de Pedro Passos Coelho. Marcelo Rebelo de Sousa relativizou a questão da demissão de Paulo Portas ter sido comunicada por carta ou por SMS, mas disse que "é verdade" que o agora vice-primeiro-ministro  "fez blackout"
 durante a crise política no verão de 2013.

Já sobre a greve de 10 dias na TAP, que termina precisamente este domingo, defende que foi o Governo quem "ganhou" o braço-de-ferro e que o sindicato que convocou a paralisação "perdeu" e  foi "suicida"
.  
Continue a ler esta notícia

Relacionados

EM DESTAQUE