«Manifesto dos 32 é uma coligação negativa» - TVI

«Manifesto dos 32 é uma coligação negativa»

    Marcelo Rebelo de Sousa

Comentário de Marcelo Rebelo de Sousa no Jornal das 8 da TVI

Marcelo Rebelo de Sousa considera que o manifesto dos 32, a carta aberta de notáveis a Passos Coelho sobre a posição do governo português em relação à Grécia, é uma «coligação negativa», uma vez que «aquilo que os une é menos do que aquilo que os divide».

«Acho que é daqueles manifestos que são uma coligação negativa. Pessoas que pensam coisas completamente diferentes têm uma coisa em comum: não gostaram das declarações de Passos Coelho.»


Ainda sobre a questão da Grécia, o comentador do Jornal das 8 da TVI afirmou este domingo que Passos Coelho fez um «erro de avaliação» quando se pronunciou sobre a Grécia dizendo que o programa do Syriza era «um conto de crianças».

«Passos Coelho na primeira intervenção fez um erro de avaliação, eu acho que ele estava convencido de que os portugueses iam reagir pró-Portugal e contra a Grécia.»


Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou ainda que o chefe do executivo português devia entrar em fase pré-eleitoral, fornecendo «futuro e esperança», mas que «ao criticar os gregos» se agarrou a um «discurso do passado».

Já em relação às declarações de Cavaco Silva sobre os gregos, o comentador considera que o Presidente da República tentou tomar uma posição de «equilíbrio» em relação a esta matéria, com uma postura «menos picante» que a do primeiro-ministro. No entanto, Marcelo considera que o chefe de Estado teve azar em dois aspetos.

«Penso que teve azar porque não houve muitos chefes de Estado sem poderes de política externa que se pronunciassem. E teve azar porque as pessoas fizeram o paralelo entre Cavaco e Passos.»

O comentador da TVI afirmou ainda que está confiante de que vai haver um acordo entre a Grécia e os parceiros europeus.

A propósito da comemoração dos 20 anos do congresso do coliseu que pôs fim ao cavaquismo, o comentador da TVI disse ainda que foi essa «antecipação» do atual Presidente da República que lhe valeu «mais 20 anos de vida política».

«Foi o único caso de um primeiro-ministro que tinha condições para continuar que quis sair do mandato porque entendeu que estava terminado o seu papel político e essa antecipação, que deixou o partido órfão, valeu-lhe ter durado mais 20 anos de vida política portuguesa.»



 
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