«Isto é um Governo telecomandado de Bruxelas» - TVI

«Isto é um Governo telecomandado de Bruxelas»

Comentário semanal de Marques Mendes na TVI24

No habitual comentário semanal na TVI24, Marques Mendes comentou diversos temas que marcaram os últimos dias, como os dois debates realizados até agora entre candidatos presidenciais e as novas medidas apresentadas pelo Executivo para estimular a economia. Sobre estas, o comentador disse que se tratam de um PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento) 4, referindo que o Executivo tem agido por «imposição de Bruxelas e do FMI».

Reveja o comentário aqui

«Sou um europeísta, mas não acho isto bem. Isto é um Governo telecomandado de Bruxelas, que não tem uma agenda própria e que reage em função do que lhe mandam fazer. Acho que do ponto de vista nacional é uma certa humilhação», apontou.

«Já tínhamos tido o PEC1, em Março, o PEC2, em Maio, o PEC3, em Outubro, e agora temos o PEC 4», disse, considerando que a necessidade da imposição de novas medidas «é um reconhecimento da incompetência e do falhanço dos planos anteriores».

«É o Governo a passar um atestado de incompetência a si próprio», reforçou, dizendo que há ainda uma nuance mais grave: «Há ainda um significado pior. Este programa não é da iniciativa do Governo. É uma imposição de Bruxelas e do FMI».

Apesar de criticar a forma destas medidas, Marques Mendes admitiu que o conteúdo é «globalmente positivo» e que vai «na direcção certa». «O problema é a prática. O problema é que está tudo por concretizar».



Marques Mendes contou também os debates entre candidatos a Belém. Sobre o realizado na terça-feira, entre Fernando Nobre e Francisco Lopes, o comentador descreveu-o como «muito fraco», dando uma nota negativa às «questiúnculas e picardias pessoais». «Foi uma espécie de liga dos últimos», frisou.

Entre os dois candidatos, disse que «Fernando Nobre esteve ligeiramente melhor». «Francisco Lopes limitou-se durante todo o debate a debitar uma cassete, a cassete do PCP», afirmou.

Quanto ao debate entre Manuel Alegre e Defensor de Moura, realizado esta quinta-feira, Marques Mendes apontou que «os dois, sendo socialistas, passaram uma parte importante do tempo a criticar e a discordar das medidas do Governo socialista».

«Hoje nenhum socialista quer o apoio do Governo socialista», defendeu. «Num Debate sofrível, acho que Manuel Alegre foi o vencedor», concluiu.



Outro dos temas que mereceu duras críticas por parte Marques Mendes foi o dos cortes aos subsídios atribuídos ao ensino particular e cooperativo.

Defendendo que estas «não são escolas para ricos», o comentador classificou as medidas como «profundamente injustas». «Estas escolas custam menos do que custam a escolas públicas», assinalou, realçando que «o ensino particular favorece outro princípio importante, que é a liberdade de escolha».
Continue a ler esta notícia