No seu espaço de comentário habitual às segundas-feiras, Miguel Sousa Tavares lançou duras críticas à possível realização da edição deste ano da Festa do Avante! e afirmou que, tirando os comunistas, nenhum português entende como a festa do Avante! pode ser realizada”.
Até porque, segundo o comentador , Jerónimo de Sousa já esclareceu que quer ter a mesma quantidade de gente como no ano passado.
Ficará à criatividade dos comunistas manter o distanciamento social naquela multidão. O 1.º de Maio não é nada que se compare”, afirma.
Miguel Sousa Tavares sublinhou que a realização da ação política do PCP está a ser autorizada por um primeiro-ministro que cancelou o congresso do PS, que cancelou festas e romarias populares, que diz que os concertos só podem acontecer se forem gratuitos, com lugares reservados e ao ar livre.
Perante isto, só há uma pergunta que se pode colocar: há portugueses de primeira e portugueses de segunda? Há portugueses que infetam e que desinfetam?”, questionou, salientando que a resposta está numa certa “traficância política” de Costa e de Marcelo.
Ao olhar para fotografias da celebração do 1.º de Maio, Sousa Tavares não deixou de se interrogar sobre como seria se a mesma fosse feita numa praia.
Pensei, não há problema nenhum, há praias para todos os portugueses. Mas, a polémica em relação à reabertura das praias evidencia mais uma vez que as regras não são para todos”, afirma.
O comentador diz que um Governo que confia na CGTP e na Festa do Avante! não confia nos outros portugueses e dá o exemplo das praias que antevê que estejam limitadas por cercas, drones e nadadores-salvadores que vão estar de costas para o mar.
Eu, no lugar do Governo tinha muita cautela porque vamos emergir de uma primavera cinzenta, vamos emergir mal dispostos e a precisar de sol. Se o Governo nos tira a praia, isto vai ficar um ambiente muito pesado e difícil”, afirma o comentador, sublinhando que o Executivo não pode cair no erro de limitar a lotação nas praias por ordem de chegada.
O que o tuga vai fazer se a praia abrir às 8:30 é estar lá às 7:30 a estender a toalha e não sai mais de lá o dia todo. Quem precisar de ir à farmácia, ou ao supermercado já não vai mais à praia”, alerta Miguel Sousa Tavares.
Se o Governo não conseguir solucionar este problema, diz, “depois da primavera do confinamento, segue-se o verão do descontentamento”.
Numa nota final, o comentador da TVI sublinhou que a primeira coisa que vai fazer quando a pandemia estiver controlada é sentar-se numa esplanada a comer uns caracóis e a beber uma imperial. “Juntar-me com uns amigos e dar um grande mergulho no mar”.