Global: "Esta é a primeira epidemia à velocidade do mundo digital" - TVI

Global: "Esta é a primeira epidemia à velocidade do mundo digital"

    Paulo Portas
  • 8 mar 2020, 21:51

A análise de Paulo Portas aos efeitos no tecido económico e social do coronavírus e às consequências da crise migratória na Europa

O comentador da TVI, Paulo Portas, assinou este domingo mais uma edição do seu espaço "Global". Em análise, esteve a evolução da epidemia de Covid-19 que esté a alastrar-se ao tecido económico da civilização.

Paulo Portas defende que está a existir uma estabilização na China,” o que significa que a situação está a caminho de ser controlada, porque há fenómenos positivos.”

Curiosamente, afirma o comentador, a China está a queixar-se da importação do vírus, quando foi o país responsável pela sua exportação.

Esta é a primeira epidemia à velocidade do mundo digital e do território completo global. Ainda assim, o nível de recuperações e curas é significativo", afirma Paulo Portas, sublinhando que, numa análise aos dados deste domingo, a China comunicou 50 casos novos, a Itália perto de 1.500 e o Irão mais de 700.

 

Mesmo em termos de fatalidades, as mortes são em maior número fora do território chinês".

Então, porque é que o contágio acelerou na Europa? O comentador afirma que, ao passo que a gripe comum tem uma capacidade de expansão menor, o covid-19 expande-se bastante mais. 

A China, aparentemente, está na fase final do contágio, enquanto que a Europa está agora na fase de progresso”, afirma

As más noticias são contagiosas e, por isso, explica Portas, quando as pessoas estão perante estas situações adiam investimento. 

Se a China gripa, evidentemente existem consequências globais em termos de mercado, produção e investimento”.

A crise migratória na Europa também mereceu destaque no programa “Global” deste domingo, num momento em que milhares de migrantes acumulam-se na Turquia, junto da fronteira com a Grécia, mas também com a Bulgária.

Quando em 2016, houve a crise dos refugiados, Merkel foi a única a acolher uma porção significativa dos migrantes fugidos da Síria.  Fez um acordo em desespero com Erdogan, que se transformou numa espécie de réplica do sultão dos jovens turcos”, afirma o comentador, sublinhando que o presidente da Turquia passou de uma política de zero problemas com os vizinhos, para uma política de vários problemas com os vizinhos.

 

Merkel fez um acordo de desespero com uma pessoa que faz chantagem. Como nós aprendemos, quando se faz um acordo com uma pessoa que faz chantagem já se está a perder”, afirma Paulo Portas.

O comentador explica que a Síria tem mais de 3 milhões de refugiados sem casa e que a Europa paga regiamente por cada refugiado que a Turquia retém, o que fez estancar essa migração. 

Ursula von der Leyen tem 3 meses para conseguir rever o compromisso de Dublin - onde está o nó górdio do desastre europeu na matéria das migrações”, afirma, adiantando que a Europa tem de ser capaz de dizer quantos migrantes precisa, com que critérios e como os irá repartir.

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