Paulo Portas, comentador da TVI, analisou este domingo, no seu espaço de comentário "Global" no Jornal das 8, a constituição do novo Governo.
"Um Governo grande não é, necessariamente, um grande Governo e eu diria, nem 8 nem 80 ou, para aplicar neste caso concreto, nem 7 nem 70, visto que 70 é o número total de membros do Governo", afirmou.
Para tentar fazer uma comparação com o novo Governo português, Paulo Portas analisou os executivos da Alemanha, França, Itália, Espanha, Bélgica, Holanda, Grécia e Suécia.
“O que resulta daqui é que países grandes têm governos mais reduzidos que o nosso, países comparáveis com o nosso têm governos mais pequenos do que o português e a pergunta que eu deixo é sempre a mesma: estarão todos errados e nós certos?”, afirmou Paulo Portas, que considerou que um Executivo grande, “em certos casos”, pode tornar a governação mais difícil.
Exumação de Franco
A exumação corpo do ex-ditador espanhol Francisco Franco foi também alvo de análise por Paulo Portas, que afirmou não ter "adesão emocional a remover corpos enterrados sem a autorização das famílias".
"A morte é mesmo o momento em que o Estado cessa os seus direitos e onde prevalece a vontade das famílias, seja ela qual for. Acho inacreditável que se faça isto com dezenas de câmaras de televisão e 500 jornalistas. É transformar isto num Carnaval. Estamos a falar de restos mortais".
Segundo o comentador da TVI, "de acordo com o decreto de Franco, a única pessoa que não devia estar lá era ele próprio. O Vale dos Caídos nasceu para vítimas de guerra".
"Ora, Franco morreu de morte natural, por idade e por doença, e tendo ganho a guerra não foi vítima da guerra", lembrou.
Em termos políticos, Paulo Portas considerou que "reabrir este dossier a dez dias de eleições, como disse Pablo Iglésias, dá a sensação que é um espetáculo organizado".
No seu espaço de opinião, Paulo Portas analisou ainda as eleições na América Latina e o relatório de envelhecimento do Parlamento Europeu que diz que, em 2060, Portugal será o país mais idoso da Europa.