"Governo promete tudo a todos de forma folclórica" - TVI

"Governo promete tudo a todos de forma folclórica"

    Paulo Rangel
    Paulo Rangel nasceu em 1968. É, desde 2009, Deputado ao Parlamento Europeu, Chefe da Delegação Portuguesa do PSD e Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PPE com os pelouros das relações com os Parlamentos nacionais e da Estratégia de Comunicação. Foi líder parlamentar do PSD em 2008-2009, Deputado à Assembleia da República de 2005 a 2009 e Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Justiça do XVI Governo Constitucional. É advogado de profissão, sócio da Cuatrecasas-Gonçalves Pereira, e dirige atualmente o escritório do Porto. É docente da Faculdade de Direito da Universidade Católica no Porto, onde leccionou Direito Administrativo e Direito Constitucional e onde presentemente rege a cadeira de Ciência Política. É também, desde 2011, docente do MBA Executivo da University of Porto Business School. De entre os inúmeros escritos científicos e académicos que publicou, destacam-se dois livros: "Repensar o Poder Judicial", de 2001, e "O Estado do Estado", de 2009. Em 2010 publicou um livro de reflexão política: "Uma Democracia sustentável" onde reúne 10 anos de textos escritos sobre temas institucionais, de justiça, de políticas sociais, de coesão territorial e de estratégia europeia e global. Em 1989, recebeu o Prémio René Cassin no quadro do Conselho da Europa e, em 2009, foi-lhe atribuída, pelo Presidente da República Federal Alemã, a Grã-Cruz com Estrela da Ordem do Mérito. É ainda Director da Associação Comercial do Porto e, desde 2009, membro eleito do Conselho de Administração da Fundação Robert Schuman, um espaço de reflexão e acção política europeia, presidido por Jacques Santer. Em 2010 participou, a convite do Dr. Francisco Pinto Balsemão, nos encontros de Bilderberg.

No programa Prova dos 9, esta quinta-feira, na TVI24, Paulo Rangel disse que o Executivo ainda não explicou onde vai buscar a receita

Paulo Rangel diz que o novo Governo está a prometer tudo a todos de "uma forma até folclórica" sem explicar como vai arranjar o dinheiro para compensar essa despesa. No programa Prova dos 9, esta quinta-feira, na TVI24, o comentador social-democrata destacou que o novo Executivo já tem mais 1% da despesa e foi mais longe, afirmando que os portugueses já tiveram uma experiência semelhante, que resultou num resgate.

"O Governo não explica como vai garantir que vai ter o mesmo défice de 2,8 quando já tem mais 1% de despesa. Que receita é que vai buscar? Está-se a prometer tudo a todos de uma forma até folclórica e não se explica como se vai pagar isso. Os portugueses já tiveram essa experiência e a experiência resultou num resgate."


Na resposta, Pedro Silva Ferreira remeteu o eurodeputado do PSD para o cenário macroeconómico do PS. O socialista sublinhou que o executivo de Costa tem as contas feitas e acusou PSD e CDS de acreditarem que a austeridade gera crescimento económico.

"Nós temos a vantagem de conhecermos as contas. O cenário macroeconómico tem as contas feitas. [...] A direita tem a convicção de que a austeridade gera crescimento económico. A nossa convicção é de que o aumento do rendimento das famílias e dos trabalhadores gera dinamismo económico."


Pedro Silva Ferreira não perdeu a oportunidade para referir, com ironia, o fim da coligação à direita. "O acordo à esquerda já é mais duradouro do que a coligação à direita que já se desfez", atirou.

Fernando Rosas, por sua vez, acusou Paulo Rangel de colocar em cima da mesa do debate uma “ratoeira infantil”, reiterando que tudo está quantificado e que os próprios números foram revistos nas negociações. O comentador destacou dois pilares essenciais para o aumento da receita: a maior justiça fiscal distributiva e o aumento da receita do IVA pelo estímulo da procura.

"Onde se vai buscar o dinheiro? A uma maior justiça fiscal distributiva - não vai baixar a TSU dos patrões, redefinem-se os escalões do IRS, tributam-se rendimentos não tributados até agora – e aumentando a receita do IVA pelo estímulo da procura. [...] Tudo isso está quantificado e nas negociações as contas foram revistas e corrigidas."

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