"O Governo não explica como vai garantir que vai ter o mesmo défice de 2,8 quando já tem mais 1% de despesa. Que receita é que vai buscar? Está-se a prometer tudo a todos de uma forma até folclórica e não se explica como se vai pagar isso. Os portugueses já tiveram essa experiência e a experiência resultou num resgate."
Na resposta, Pedro Silva Ferreira remeteu o eurodeputado do PSD para o cenário macroeconómico do PS. O socialista sublinhou que o executivo de Costa tem as contas feitas e acusou PSD e CDS de acreditarem que a austeridade gera crescimento económico.
"Nós temos a vantagem de conhecermos as contas. O cenário macroeconómico tem as contas feitas. [...] A direita tem a convicção de que a austeridade gera crescimento económico. A nossa convicção é de que o aumento do rendimento das famílias e dos trabalhadores gera dinamismo económico."
Pedro Silva Ferreira não perdeu a oportunidade para referir, com ironia, o fim da coligação à direita. "O acordo à esquerda já é mais duradouro do que a coligação à direita que já se desfez", atirou.
Fernando Rosas, por sua vez, acusou Paulo Rangel de colocar em cima da mesa do debate uma “ratoeira infantil”, reiterando que tudo está quantificado e que os próprios números foram revistos nas negociações. O comentador destacou dois pilares essenciais para o aumento da receita: a maior justiça fiscal distributiva e o aumento da receita do IVA pelo estímulo da procura.
"Onde se vai buscar o dinheiro? A uma maior justiça fiscal distributiva - não vai baixar a TSU dos patrões, redefinem-se os escalões do IRS, tributam-se rendimentos não tributados até agora – e aumentando a receita do IVA pelo estímulo da procura. [...] Tudo isso está quantificado e nas negociações as contas foram revistas e corrigidas."