«Ele pagou porque sentiu-se obrigado a pagar, porque o Público ia publicar uma notícia, mas a verdade pura e dura é que durante cinco anos não pagou. A partir de agora ele não tem qualquer autoridade para falar por exemplo, sobre coisas tão simples, como o défice da Segurança Social», afirmou.
Constança Cunha e Sá defendeu também que o «lapso» do primeiro-ministro põe em causa a legitimidade do Estado.
«Com que legitimidade é que a Segurança Social vai cobrar a partir de agora coercivamente dívidas de cidadãos que não pagaram à Segurança Social?», perguntou.
«Temos um primeiro-ministro que esmifrou os portugueses com o maior aumento de impostos de sempre, que arruinou famílias e famílias que deviam dinheiro ao fisco e à Segurança Social», lembrou ainda.
Sobre as justificações de Passos Coelho, Constança salientou que não conhecer a lei não pode ser justificação.
«O desconhecimento da lei não é um argumento, nem jurídico e muito menos politicamente. Segundo lugar, ele não é um cidadão qualquer que pode ser acusado de iliteracia financeira, ele tinha vindo da Assembleia da República onde tinha exercido o mandato de deputado. Ele durante as sessões na Assembleia da República quando se discutiu a Segurança Social, ele não sabia como é que se financiava a Segurança Social? Isto é de uma incompetência a todo o nível. Isto não é justificável, não se pode alegar o desconhecimento da lei para não cumprir a lei. Ao contrário do que ele diz, ele não tem que ser notificado, ele é que tem que se informar», disse.
«Ou ele está a mentir, o que é grave, sabia sim senhor, e tentou escapar, é grave, ou então está a dizer a verdade, mas se está a dizer a verdade, nós estamos perante um deputado que desconhecia em absoluto as regras fundamentais da Segurança Social», lamentou.
Sobre as consequências políticas, a comentadora da TVI24 disse não acreditar que o primeiro-ministro as assuma.
«Nós chegamos a um ponto em que vale tudo. Ninguém se demite, ninguém assume responsabilidades por coisíssima nenhuma, portanto também não acredito que Passos Coelho vá assumir esta responsabilidade. (…) Enfraquece imenso a posição política dele», afirmou.