Falar em Sócrates durante a campanha eleitoral “é desagradável” - TVI

Falar em Sócrates durante a campanha eleitoral “é desagradável”

    Manuela Ferreira Leite
  • Élvio Carvalho
  • 11 set 2015, 00:09

Comentário de Manuela Ferreira Leite no programa “Política Mesmo” da TVI24 sobre o primeiro e único debate televisivo entre Passos Coelho e António Costa

Manuela Ferreira Leite considera que a coligação PSD/CDS “não ganha nada” em invocar a figura de José Sócrates para criticar as propostas socialistas, já que, dada a sua situação pessoal, falar no ex-primeiro-ministro apenas remete para a "Operação Marquês".

No programa “Política Mesmo”, da TVI24, Ferreira Leite analisou o debate desta quarta-feira, o único televisivo entre os candidatos da coligação e do PS, e lamentou que o nome José Sócrates tenha sido dito tantas vezes, mesmo que o objetivo fosse fazer uma comparação de modelos económicos.

“Falar neste momento em José Sócrates (…) sub-repticiamente tenta chamar à atenção da situação pessoal em que ele se encontra. Acho que a coligação não ganha com isso. É de alguma forma desagradável esse argumento estar a ser utilizado para a campanha eleitoral. Se não for esse aspeto, tem pouco sentido que se invoque que a política económica que está a ser desenhada pelo Partido Socialista é a mesmo que a de José Sócrates. Pudera, são todos socialistas…”


No geral, a ex-presidente do PSD considerou que o debate entre Pedro Passos Coelho e António Costa ficou aquém do seu potencial, já que não foi esclarecida a questão que mais importa aos portugueses: a sustentabilidade da Segurança Social.

Ferreira Leite disse que Passos Coelho devia ter apresentado uma proposta concreta, em vez de remeter o assunto para um “futuro acordo” com o PS.

“Acho que o principal tema, a questão da Segurança Social, não foi devidamente esclarecido. Não creio que haja alguém que tenha pensado que estava absolutamente esclarecido sobre qual era a proposta da coligação [PSD/CDS] e do Partido Socialista. (…) Não se consegue perceber como é que um assunto que a coligação tinha tanto interesse em tornar claro [acaba por ficar sem resposta] em nome do hipotético futuro acordo com o PS. Acho que acentua a desconfiança, a insegurança e acho que não é bom para a coligação.”
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