Duodécimos: "É irónico PCP não dar escolha e surpreende CDS ter alinhado" - TVI

Duodécimos: "É irónico PCP não dar escolha e surpreende CDS ter alinhado"

    António Costa
    Conferências TVI24, jornalista
  • VC
  • 24 nov 2017, 12:03

Comentador da TVI e diretor do jornal Eco, António Costa, ficou surpreendido também pelo facto de o CDS-PP ter alinhado na medida proposta pelo PCP e avisa para o "impacto muito negativo" que vai ter para as PME e também para a gestão orçamental das famílias

A proposta era do PCP e foi viabilizada ontem no Parlamento. Com 2018 chegará o fim dos subsídios em duodécimos no setor privado. Os trabalhadores podiam optar receber por inteiro ou de forma repartida. Mas agora terão de receber - e as empresas serão obrigadas a pagar - por inteiro. "Surpreende-me que não seja dada liberdade de escolha", analisou na TVI24 o comentador e diretor do jornal Eco, António Costa. 

Fiquei surpreendido com a medida negativa para trabalhadores e empresas. não fiquei surpreendido por quem pôs, o PCP, embora seja uma ironia porque na verdade retira direitos - a liberdade de escolha dos trabalhadores -, retira espaço de manobra e autonomia de decisão. E fiquei muito surpreendido pelo voto do CDS-PP que se alinhou com PCP e BE"

António Costa não percebe como é que os partidos não veem que a medida tem "desde logo para as empresas um impacto muito negativo: as PME que vão passar a ter um pico de tesouraria - e muitas têm muitos problemas de tesouraria em Portugal, infelizmente".

Não só para as empresas, mas também para muitas famílias "é mais fácil gerir a tesouraria gerir mensalmente". Por isso, defende que "seria razoável a oportunidade de uma escolha".

Vamos ter trabalhadores que, mensalmente, vão receber menos do que recebiam no ano passado. É o mesmo valor, distribuído de forma diferente, mas há pessoas que preferiam. Ao deixar de ter essa oportunidade, o PCP prejudica os trabalhadores e também"

Salário mínimo: o braço-de-ferro

Sobre o braço-de-ferro a que assistimos relativamente à atualização em 2018 do salário mínimo nacional - cuja discussão entre parceiros sociais e Governo arranca hoje - António Costa antecipa que o que vai vingar é a proposta do Governo de uma subida de 23 euros, face aos atuais 557 euros. 

Acho que vai ficar nos 580, nem acho que os 585 da UGT sejam possíveis já, muito menos os 600 euros [reivindicados pela] CGTP"

António Costa defende que o salário mínimo está a aproximar-se "perigosamente" do salário médio em Portugal. Explica porquê: "Não há uma referência para os outros nem uma progressão. As empresas acabam por amortecer os impactos salariais do aumento do salário mínimo com o não aumento dos outros trabalhadores". 

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