Sancho: não é malabarismo, é ilusionismo - TVI

Sancho: não é malabarismo, é ilusionismo

Jadon Sancho (Reuters)

Jogador do Man City é a grande figura da seleção inglesa de sub-17, uma das principais candidatas ao título europeu

P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos.

Apurada para os quartos de final, e no lado (teoricamente) mais favorável do quadro, a Inglaterra é uma das mais fortes candidatas à conquista do título europeu de sub-17. Se não mesmo a favorita.

Cem por cento vitoriosa na fase de grupos, a equipa de Steve Cooper junta quatro ou cinco jogadores com potencial elevado. Alguns desses nomes vão merecer destaque neste espaço, futuramente, mas para já a atenção vai para Jadon Sancho.

Antigo jogador do Watford, Sancho foi recrutado pelo Manchester City há dois anos, por 650 mil euros, e logo nessa altura foi notícia no Maisfutebol. Não só pela mudança, mas também por um vídeo em que mostrava um «jogo de pés» pouco comum.

Algumas pessoas podem confundir este talento com «freestyle», mas Sancho parece saber bem a diferença entre malabarismo e ilusionismo.

A arte deste jovem inglês de apenas 17 anos, que já treinou às ordens de Guardiola, é esconder a bola dos adversários. Parece que o esférico está logo ali, que dá para chegar lá, mas é só engodo. Uma ilusão só ao alcance de quem tem uma relação rara com a bola.

«Quando recebo a bola, numa situação de um contra um, penso sempre como posso ultrapassar o adversário. Provoco-o, corro ao lado dele. Espero que ele faça um movimento e sei quando devo arrancar.»

A declaração, retirada de uma entrevista aos canais de comunicação do Man City, junta audácia e perspicácia. E isso não é assim tão fácil de reunir. Aos 17 anos - com todas as dúvidas que esta idade acarreta -, Sancho parece combinar coragem e discernimento. Talento nos pés e capacidade de decisão a acompanhar.

Utilizado preferencialmente no lado esquerdo do ataque, nesta seleção inglesa de sub-17, é um jogador temível no um contra um. Ou mesmo um contra dois, tal a necessidade de travar os seus desequilíbrios. Imprevisível, entre arrancadas à procura da linha ou diagonais para zonas interiores.

Com três golos e três assistências no Europeu de sub-17, até ao momento, Sancho parece mostrar também que não é um desequilibrador improdutivo.

O futebol inglês precisa de talentos como ele para fugir a uma certa fixação pelo lado mais físico do jogo, muitas vezes em detrimento do talento puro.

Continue a ler esta notícia