Mbuku: do Lusitanos ao pódio mundial - TVI

Mbuku: do Lusitanos ao pódio mundial

Nathanael Mbuku (AP)

Avançado de 18 anos fez a primeira época na equipa principal do Stade Reims, e pelo meio brilhou no Mundial sub-17

P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

Uma das consequências negativas do final antecipado da Liga francesa é a pausa forçada na afirmação de jovens talentos como Nathanaël Mbuku, que cumpriu a primeira época na equipa principal do Stade Reims, sexto classificado da prova.

O avançado festejou o 18.º aniversário no passado mês de março, mas a estreia surgiu sete meses antes, logo em agosto, na ronda inaugural do campeonato gaulês. O palco era o mítico Estádio Vélodrome, mas Mbuku protagonizou logo a primeira substituição do técnico do Stade Reims, David Guion, ao minuto 73. A equipa visitante já vencia por 1-0, mas o coreano Suk (ex-Marítimo, Nacional, V. Setúbal e FC Porto) ainda marcou ao minuto 90, confirmando assim a derrota do português André Villas-Boas na estreia como treinador do Marselha.

Mbuku acabaria a época com treze jogos realizados, quatro dos quais como titular, e pelo meio ainda esteve ausente para disputar o Mundial de sub-17, prova em que foi a figura maior da seleção francesa, que ficou em terceiro lugar.

O avançado do Stade Reims marcou cinco golos no Brasil, todos na fase a eliminar, que lhe valeram a conquista da bota de prata, entregue por Ronaldo «Fenómeno».

«Era um sonho de criança, ainda por mais apertar a mão ao Ronaldo. Foi uma emoção indescritível. Era o meu ídolo quando era criança», disse Mbuku à France Football, que deu a segunda Bola de Ouro ao brasileiro precisamente no ano em que nasceu o jovem avançado (2002).

Natural de Villeneuve-Saint-Georges, Mbuku passou por vários clubes do sul de Paris, incluindo o US Lusitanos Saint-Mur, clube ligado à comunidade portuguesa em França que representou durante um ano e meio.

«Foi lá que mais cresci. Foi onde tudo começou, por assim dizer», acrescentou ainda na mesma entrevista à France Football.

Um dado curioso no (curto) percurso deste extremo, que joga preferencialmente pela esquerda, mas capaz também de aparecer do lado oposto. Um jogador que oferece irreverência ao jogo, mas também pragmatismo. Imprevisível no drible curto e ágil, com elevada capacidade para desequilibrar individualmente, mas também com discernimento para perceber quando deve jogar mais simples e quando é preferível procurar combinações simples para fugir à pressão contrária.

Mbuku mostra também acutilância a aparecer na área, em diagonal, seja em condução ou à espera de uma bola para finalizar. Pode assumir ainda maior influência em zonas interiores, mas parece ter maturidade para dar esse passo, ainda que a agilidade que mostra junto à linha também deixa a questão se, no futuro, não pode funcionar como lateral ofensivo, nem que seja num esquema de três centrais.

Continue a ler esta notícia