Xavi Simons: herança em nome próprio com milhões de seguidores - TVI

Xavi Simons: herança em nome próprio com milhões de seguidores

Xavi Simons

Apontada desde cedo como uma das maiores promessas do futebol, médio cumpre os primeiros jogos pela equipa principal do PSG, clube pelo qual deixou o Barcelona

P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

Desta vez o Paris Saint-Germain não conseguiu chegar à final da Liga dos Campeões, e até se arrisca a perder o título francês para o incrível Lille, mas no barulho das luzes Mauricio Pochettino lançou um dos jovens mais promissores do futebol mundial.

Xavi Simons estreou-se pela equipa principal do PSG a 10 de fevereiro, no jogo da Taça de França com o Caen, e dois meses depois fez o primeiro jogo na Liga francesa, ao entrar nos instantes finais da visita a Estrasburgo.

Embora só recentemente tenha festejado o 18.º, Simons é um jovem mais do que habituado ao mediatismo, uma vez que cedo começou a ser visto como um talento incrível.

Nascido em Amesterdão, a 21 de abril de 2003, Xavi foi viver para Espanha com apenas três anos de idade. Com a reforma do pai, Rogellio, antigo avançado de Fortuna Sittard, NAC Breda, Willem II ou Den Haag, a família foi viver para a região de Alicante.

O filho mais novo começou a jogar num clube local, o CD Thader, e mais tarde ainda chegou a treinar no Villarreal, aos sete anos, mas algumas semanas acabou por assinar pelo Barcelona. Um sonho para o pai, fã indiscutível de Xavi Hernández, a ponto de ter escolhido esse nome para o benjamim da família.

Simons tornou-se um dos jogadores mais populares de La Masia. Pela história, pela imagem e pelo talento, claro. E por isso a mudança para o PSG, há dois anos, teve uma repercussão anormal para um jogador de 16 anos.

A imprensa catalã noticiou na altura que o Barcelona oferecia 200 mil euros anuais, algo significativo para um jogador tão jovem. O PSG deu mais. Muito mais, de acordo com as notícias de ambos os países, e Xavi mudou-se para a capital francesa.

Se o mediatismo de Simons já era considerável, a transferência elevou-o ainda mais. Para se ter uma ideia, o jovem médio, agora com 18 anos, tem 3,4 milhões de seguidores na rede social Instagram. É o mesmo que Benfica e FC Porto… juntos.

O jovem médio já está habituado a essa pressão, portanto, mas isso não quer dizer que a afirmação no futebol profissional fique facilitada. Um erro fora do campo custará mais do que qualquer decisão errada no relvado, e por isso o foco tem de ser total.

O talento é evidente. Xavi é um médio de rotação elevada, não no sentido de correr muito, mas no sentido em que está constantemente a pedir a bola. É um jogador que privilegia as combinações curtas, a um ou dois toques, porque sabe que a simplicidade pode ser a forma mais complexa de ultrapassar uma barreira.

Simons é um pensador de jogo. É um, «10» que pode ser «8» ou «6». Até pode ser ala, se for para ser falso e tornar-se mais um para construir. Joga onde for preciso, desde que seja para pegar no jogo. Um jogador com o ADN do Barcelona, portanto, mas que assumiu o desafio de levar os ensinamentos de La Masia para outro lado. Outros talentos fracassaram aí, pelo que esse é o grande desafio de Simons. Deixou de estar num contexto em que todos pensam mais ou menos da mesma forma.

O que não é necessariamente mau. Depende do que Xavi fizer com aquilo que foi aprendendo.

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