Adam Hlozek, o talento do Sparta que joga por dois - TVI

Adam Hlozek, o talento do Sparta que joga por dois

Adam Hlozek (foto: Sparta)

Avançado chegou ao emblema de Praga com o irmão, que teve de desistir da carreira profissional devido a um tumor cerebral

P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

Saudosa de craques como Petr Cech, Pavel Nedved, Karel Poborsky, Tomas Rosicky, Vladimir Smicer, Milan Baros ou Jan Koller, a República Checa espera desesperadamente por novos talentos. O histórico Sparta reflete esta realidade nacional, e também por isso não chega ao título desde 2014, mas ainda assim conta alguns dos nomes que dão esperança para o futuro do futebol checo.

Um deles é Adam Karabec, médio de 17 anos, mas o jovem mais entusiasmante do país será o colega Adam Hlozek, um ano mais velho.

Natural de Ivancice, a 200 quilómetros da capital, Adam tinha 12 anos quando chegou ao Sparta, envolvido na mudança do irmão, quatro anos mais velho. O potencial de Daniel foi travado pelo diagnóstico de um tumor cerebral, mas Adam ficou no emblema de Praga a representar a família, e hoje em dia já é uma figura do clube, apesar da idade.

O avançado tornou-se o jogador mais jovem da história do Sparta a 2 de outubro de 2018, quando foi lançado num jogo da taça com o Polná, ainda a tempo de fechar a goleada por 4-1 e, assim, reforçar o feito alcançado.

Tinha então 16 anos e dois meses.

Pouco mais de um mês depois tornou-se o mais jovem a jogar na Liga checa, e ao oitavo jogo marcou o primeiro golo, logo frente ao campeão Viktoria Plzen, a abrir uma goleada por 4-0, em março de 2019.

Embora tenha apenas 18 anos, Adam já chegou à seleção principal da República Checa, e até foi titular na estreia, frente à vizinha Eslováquia, no passado mês de setembro. Pouco tempo depois o avançado sofreu uma lesão grave, que o afastou dos relvados até março, mas ainda assim soma oito golos e nove assistências em 17 jogos esta época, pelo Sparta.

Neste domingo, dia 25 de abril, apontou o primeiro «hat trick», na vitória por 4-2 sobre o Opava.

No total são já 79 jogos pelo histórico emblema checo, nos quais contribuiu com 21 golos e outras tantas assistências. Números absolutamente impressionantes para um jogador que – convém realçar – tem apenas 18 anos.

Hlozek tem jogado preferencialmente como referência ofensiva do Sparta, mais no papel de «9», mas pode também atuar a partir de uma ala, nomeadamente se for com o objetivo de promover as diagonais para a área (com e sem bola), ou mesmo com segundo avançado, se for na perspetiva de um avançado com liberdade para cair nas alas e para explorar o espaço entre lateral e central.

É um avançado que apresenta uma combinação muito interessante (e rara) de potência, velocidade e técnica. Tem arcaboiço para enfrentar os duelos físicos, com destaque para a forma como usa o corpo para segurar os adversários nas costas e rodar com a bola, mas revela também confiança para encarar situações de 1x1 e argumentos para explorar o espaço.

Não é nada egoísta, e por isso é tão influente a marcar como a assistir, mas a tendência será tornar-se cada vez mais um finalizador, sem deixar de lado o altruísmo que tanto o valoriza.

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